Como o E-commerce Potencializa a Experiência de Consumo

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[Barbara Viana]
Olá, eu sou a Babi e esse é o PEPcast, o podcast que transforma a sua experiência profissional e te leva ao próximo nível. Então vem dar um "play" na sua carreira com a gente!

Eu sou responsável pelo setor de marca empregadora e cultura aqui na PepsiCo, e no episódio de hoje a gente vai falar sobre "e-commerce" com o Fernando Paiva. Ele é o nosso líder de "e-commerce" aqui na PepsiCo e a gente vai bater um papo sobre a carreira dele, como ele chegou até essa posição e também sobre essa área de vendas que está super em alta. Então, Paiva, seja super bem-vindo.

[Fernando Paiva]
Oi, Babi, é um prazer estar aqui com vocês no PEPcast e poder conversar um pouquinho sobre "e-commerce". Eu queria aproveitar para agradecer todo o time de "e-commerce" da PepsiCo, que me ensina diariamente tudo que eu sei aqui, que a gente vai bater um papo sobre o assunto hoje e vem entregando resultados maravilhosos aí, ano após ano.

[Barbara Viana]
Excelente!

Paiva, hoje você ocupa essa posição de líder de "e-commerce" aqui na PepsiCo e eu queria saber, é um grande desafio, porque essa área é relativamente nova e com mudanças muito rápidas. Me conta um pouquinho como que é isso?

[Fernando Paiva]
Claro, eu acho que antes da gente falar um pouquinho sobre o desafio do "e-commerce", é legal a gente entender um pouco como que o canal está hoje. A PepsiCo começou a trabalhar com "e-commerce" por volta de 2017, mas a gente engrenou mesmo a partir de 2019 e a pandemia contribuiu bastante para o crescimento desde então, principalmente por conta das novas dinâmicas de consumo que a gente teve durante o "lockdown". As empresas em geral, elas surfaram uma onda de crescimento muito acelerada durante a pandemia, só que em alguns momentos esse crescimento ele era tão acelerado, que faltava um pouco de espaço para planejar para que lado ou como a gente ia crescer. E aí, com o fim da pandemia e os consumidores voltando para as lojas físicas também, o crescimento do "e-commerce" ele continua sendo super significativo, mas surge a oportunidade das empresas começarem a se organizar um pouco melhor para atender esses clientes digitais de forma mais estruturada e mais rentável.

Então, o desafio principal que a gente tem aqui dentro hoje da PepsiCo, é como que a gente cria um ecossistema digital de atendimento para os clientes e não é uma visão só do lado comercial que a gente tem, de indústria e varejo, mas também tudo o que envolve o negócio de vendas como um todo e área de e-commerce, né? Então como que a gente traz marketing, equipe de "supply", finanças, jurídico, tudo para endereçar esse ecossistema digital. O fundamental é que a gente tenha uma estrutura que ela consiga pensar, tanto "on" quanto "offline". Mas que também a gente seja bem ágil como os nossos clientes, que muitas vezes eles já nasceram 100% digitais ou têm, até mesmo, "startups" dentro desse ramo, né? Então eles têm uma velocidade de trabalho e processos muito diferentes do nosso.

[Barbara Viana]
Eu acho que isso tem super a ver aqui com uma pergunta que eu queria te fazer agora, que é: "e-commerce" e transformação digital, como que esses dois temas se relacionam na prática, segundo a sua experiência e também em sua opinião?

[Fernando Paiva]
Quando a gente fala de transformação digital, uma das primeiras coisas que vêm à cabeça é a mudança de mentalidade que as empresas passam para que se tornem mais modernas, mais ágeis e mais tecnológicas, né? Então a gente fala muito de capital humano e capital tecnológico. E hoje em dia a gente discute muito sobre "fintech", no mercado financeiro, ou como que as empresas se digitalizaram dentro das interações com os clientes, mas a forma como eu vejo o "e-commerce", na verdade, é que ele é a transformação digital do varejo e talvez até seja um dos precursores da transformação digital, porque o "e-commerce" ele já existia antes da pandemia, a pandemia foi só um acelerador desse processo.

Então, por exemplo, enquanto os bancos fechavam os "call centers" e começaram a recorrer para a tecnologia para atender clientes durante a pandemia, porque a gente estava com o contato físico limitado... ou a gente tem ferramentas, por exemplo, como pix, que surgiram para substituir o modelo tradicional de pagamento, o "e-commerce" ele veio para satisfazer uma necessidade do cliente, que é de comprar sem sair de casa, de receber um salgadinho ou um refrigerante gelado em casa em menos de uma hora a partir do momento que você faz o pedido no seu celular. E eu acredito muito que a gente ainda está no início dessa transformação digital e a velocidade depende muito das pessoas e das empresas que estão envolvidas no processo.

Então imagina, por exemplo, uma vez por semana eu faço as minhas compras de casa, de alimentos, bebidas, no "e-commerce", e aí eu preciso entrar toda vez na semana e escolher produto a produto que eu quero fazer de compra. Agora imagina a possibilidade de você fazer isso, por exemplo, por um simples comando de voz da Alexa e ela já solicita todos os seus produtos numa lista que você tem cadastrada. Então a gente tem muito espaço ainda para crescer e, seja no "e-commerce", seja pensando mesmo como que a gente consegue aumentar a penetração dos lares usando a tecnologia.

[Barbara Viana]
Eu adorei, Paiva, esse termo que você trouxe de revolução digital no varejo, acho que deixa super claro, assim, como que esses dois temas se relacionam. E aí, entrando um pouco na sua carreira e pensando nos nossos e nossas ouvintes que se interessam por essa área, como que foi a sua trajetória até aqui? Eu sei que já são 11 anos de PepsiCo e que até no início você não atuava no setor de vendas diretamente, né? Então, conta um pouquinho pra gente. Como que tudo começou? E, também, quais são as habilidades, "soft skills" que te ajudaram a chegar onde você está hoje?

[Fernando Paiva]
É verdade, eu comecei a minha carreira em marketing e eu tive na época um gestor que ajudou muito a desenhar a minha carreira da forma como ela é hoje. Desde o começo da minha carreira na PepsiCo eu sabia que eu queria me tornar um líder da área comercial e para isso eu precisava ter uma visão mais ampla do comercial. Então eu queria ter uma visão do consumidor, dos "shoppers", de clientes e até da equipe de vendas. De lá para cá, eu tracei várias movimentações, então eu saí de marketing para "trade", passando por quase todas as categorias da PepsiCo. Depois eu resolvi tomar um passo bem importante e me mudar para vendas, cuidando do canal DTS no Rio de Janeiro, que atende os clientes do pequeno varejo. E aí eu transitei também por algumas áreas de vendas até chegar aqui no "e-commerce".

Acho que quando a gente fala de "soft skills", três pontos para mim se destacam muito no que eu vejo da minha jornada até aqui. Primeiro deles é curiosidade, segundo a visão de longo prazo, e o terceiro é adaptabilidade. Eu nunca fui uma pessoa de ficar muito em rotina ou de enfrentar os mesmos problemas e aguentar isso por muito tempo. Então eu sempre busquei fazer uma transição entre as áreas para me provocar a aprender um pouco mais e buscar uma espécie de aprendizado contínuo. E até pouquíssimo tempo atrás, meus passos de carreira eles sempre foram muito bem planejados, então eu sempre fiz questão de olhar para o futuro e ver que que eu entendia que seria um próximo "skill", uma próxima posição que eu precisava ocupar para que eu continuasse aprendendo e me desafiando com frequência. Só que, é claro que nesse meio tempo, assim, as coisas mudam, algumas coisas dão certo, outras coisas dão errado, então também sempre fiz questão de encarar o problema muito da forma como ele é e me adaptar à situação em vez de ficar simplesmente lamentando o que deu errado.

E acho que tem um conceito muito legal, é que cada vez mais na sociedade a gente tá aprendendo que, sim, é possível aprender com os erros e que o mais importante é justamente isso, né? Diante de uma situação adversa, o que que você faz, que que você tira para que você não volte a se encontrar naquela posição depois?

[Barbara Viana]
Super legal, e eu tenho percebido, assim, que todos os nossos episódios, quando a gente pergunta, né, de "soft skills" e tudo mais, todos os funcionários e funcionárias da PepsiCo entram mais ou menos nessas que você comentou ou muito parecidas. E isso tem super a ver com o que o Alex, nosso CEO, falou no primeiro episódio, que a gente fala muito disso, de habilidades do futuro e tudo mais, então é incrível ver as coisas se conectando dessa forma.

Voltando um pouquinho, quando você entrou na área de vendas, você ficou responsável por colaboradores e colaboradores que têm contato direto na linha de frente com os nossos clientes, né, Paiva? Você foi gestor de um time enorme de vendedores, vendedoras que saem nas ruas com os caminhões da Elma chips, que vão até os nossos comerciantes e isso no Rio de Janeiro, incrível! Então, conta pra gente como que essa experiência transformou você no líder que você é hoje?

[Fernando Paiva]
Essa provavelmente deve ter sido uma das mudanças mais radicais da minha vida até agora. Eu tinha tido, até então, a minha carreira toda dentro do escritório. Sempre soube que eu queria experimentar essa parte mais de vendas, o comercial, e estar lá na ponta com o time, só que quanto mais eu subia na carreira, mais arriscado, mais frio na barriga me dava por pensar que, também do lado da PepsiCo, era um risco colocar uma pessoa que sempre esteve do lado do escritório, pensando de forma mais estratégica na ponta, para estar lá no dia a dia, negociando, batendo meta e acho que o mais importante aqui é: eu nunca tinha negociado uma bolsa de salgadinho na minha vida até então.

E aí eu recebi um convite da PepsiCo para me mudar para o Rio de Janeiro, eu estava morando em São Paulo na época, para ser responsável por uma equipe de 250 pessoas, para cuidar do pequeno varejo, que é o DTS, e o pequeno varejo inclui desde atender clientes, por exemplo, na Praia de Copacabana, que são os quiosques, até mesmo subir favela e atender os clientes nas comunidades, então não era para qualquer um, né? E aí de bandeja eles ainda me deram um baita incentivo que é de fazer uma experiência crítica de 45 dias entre o México e a República Dominicana.

Eu sempre soube falar espanhol informalmente, sem fazer aulas, então ,para mim, foi, assim, uma mudança super radical... de novo, de um time de quatro pessoas que eu tinha aqui para um time de 250 pessoas. Mas, meu, foi um desafio incrível, eu sou... talvez seja também umas das decisões mais acertadas da minha vida e eu fiquei dois anos no Rio de Janeiro e aí, quando eu cheguei lá, o frio na barriga ele só aumentava, né? Porque eu falei 'ok, eu tenho 250 pessoas aqui, agora eu preciso me provar para essas 250 pessoas'. Só que, na verdade, a minha mudança de mentalidade, ela começa a partir daí, porque eu falei 'eu não preciso me provar, na verdade. Eles são muito bons no que eles fazem, eles sabem vender, eles atendem os clientes há muito tempo e eles fazem isso muito melhor do que eu. Por outro lado, eu posso contribuir com eles com esse lado de visão mais estratégica, de olhar para frente'. Então a gente chegou num combinado entre nós, que deu muito certo, que era: no fim do dia, eles que estavam responsáveis por entregar no curto prazo, por garantir visita em todos os clientes e todos os KPIs de venda, e eu precisava garantir que o trabalho deles de médio e longo prazo seria um trabalho fácil, sem desafios, rompendo todas as barreiras. Então, tem um problema comercial mais de médio, longo prazo, eu tratava isso... ou está com algum problema relacionado à tabela de preço?

Então a gente passou a unir forças e cada um fazer o que fazia melhor, e a realidade é que deu muito certo. E eu acho que tem um outro ponto que foi fundamental aqui, é que a gente tá falando de 250 pessoas. Mais do que colaborador, funcionário, etc., a gente tá falando de 250 pessoas que também passam pelas mesmas dificuldades em casa que a gente tem, que também têm as mesmas inseguranças, também não sabiam como que ia ser um chefe novo que nunca sequer tinha feito uma negociação com o cliente. Então, eu sempre fiz questão de... o lado de sair na rota com eles, de entrar no caminhãozinho da Elma Chips e escutar a história de vida de cada um deles é algo fantástico, assim, e que, com certeza, vai me deixar lembranças positivas para o resto da vida. De você, por exemplo, vai abastecer um "display" na loja do cliente e você pegar, ajoelhar com eles no chão para colocar o produto na prateleira lá de baixo, você ajudar ele a descarregar o caminhão.

Então tudo isso é você se colocar muito do lado da pessoa que está lá e quebrar um pouco daquele paradigma superantigo e desatualizado de vendas, que tem, de que o quando um chefe, um gerente de vendas vai sair com o vendedor, é porque vai chegar lá e vai falar umas besteiras para ele, porque o trabalho dele está ruim. Na verdade, muitas vezes, a gente tá lá para orientar para ele, ensinar para ele como é que faz correto, e aí, de novo, pensando no médio e no longo prazo, quando você ensina as pessoas, a forma como a gente quer trabalhar ou a forma, por exemplo, como a Pepsi fala que deveria ser a loja perfeita, aí sim ele aprende e ele vai fazer aquilo por gosto, porque ele se sentiu respeitado e não porque a gente chegou lá e falou pra ele que tem que ser dessa forma.

Então, assim, de verdade, a experiência do Rio de Janeiro, para mim foi uma experiência, assim, de humildade mesmo, baile de humildade, de eu, como ser humano, revisitar algumas prioridades minhas e entender que de fato, tudo, tudo que a gente faz aqui dentro na PepsiCo só acontece... Cada bolsa de salgadinho, por conta dessas pessoas incríveis que estão todos os dias lá, batalhando, enfrentando chuva, Sol, calor de 40 graus... a gente deve muito para eles, porque são eles que fazem o negócio ser o que é hoje.

[Barbara Viana]
E aí, Paiva, eu fiquei sabendo de uma experiência incrível que você viveu aqui na PepsiCo, que é para poucos, que foi a indicação, pela própria PepsiCo mesmo, para representar a companhia no "One Young World" que, para quem está ouvindo a gente e não sabe o que é, é um encontro global de jovens líderes que se reúnem para debater soluções para problemas sociais. Conta para gente, Paiva, como é que foi viver isso e tudo mais.

[Fernando Paiva]
Até 2019, quando eu recebi o convite da PepsiCo para participar do "One Young World", eu não conhecia o que que era e inclusive a Marcela, que já teve aqui com vocês no PEPcast, foi a pessoa aqui do Brasil que foi comigo para lá representando a PepsiCo. E, de fato, assim, é uma proposta incrível, porque o "One Young World" basicamente é um congresso onde a gente consegue assistir palestras e conversar com pessoas que são, no geral, líderes de empresas ou jovens ali por volta dos 30 anos, e que é muito para falar sobre responsabilidade socioambiental, sobre os compromissos que a gente tem para o futuro como empresa e acho que o incrível disso é você conciliar, tanto empresas participando disso, preocupados com o futuro do planeta, mas também você encontra órgãos governamentais, uma série de público, assim, um público muito variado e que pode discutir coisas incríveis, então, assim, de manhã às vezes a gente tava tendo palestra sobre, de fato, caminhos de reciclagem, qual que é o futuro dos processos de reciclagem do mundo, e a gente acabava o dia, às vezes, escutando, por exemplo, um refugiado da Síria ou da Coreia do Norte contando sobre tudo que eles passaram.

Então, assim, é um negócio que jogam uma bomba na sua cabeça, que você começa a questionar até um pouco do que que a gente tem como prioridade, como valores, porque é algo que, de fato, só quem viveu isso sabe o que é. E acho que sempre deixa o legado, o compromisso aí do que que a gente traz também para dentro da empresa, do que a gente viveu lá, para que cada vez mais a gente consiga contribuir para o desenvolvimento aqui, tanto das pessoas, quanto do ambiente que a PepsiCo tá inserida.

[Barbara Viana]
Como que foi a transição para a líder de "e-commerce"? Essa posição, né, que exige um conhecimento profundo de todos os nossos produtos, do mercado, de vendas online, conhecimento de concorrentes, parceiros de mercado que podem alavancar a área. Como que foi essa mudança e como que tem sido hoje para você?

[Fernando Paiva]
Eu, desde o meu começo de carreira, eu desenvolvi um mapa de carreira que eu sabia exatamente, por ano e por etapa, qual a área que eu gostaria de passar aí ao longo dos anos. Eu fiz isso em 2012 e aí, por volta de 2017 eu revisitei ele a primeira vez e, para minha surpresa, eu tinha acertado praticamente tudo ali, só uma data ou outra de transição que tinha passado raspando. A primeira movimentação que eu fiz que foi não planejada, perto do que eu tinha desenhado lá, foi vir para "e-commerce" até porque, quando a gente fala que 85% das profissões do futuro de 2030, por exemplo, ainda sequer foram inventadas, é um pouco da situação que eu me deparei lá em 2012, porque nunca ninguém imaginava que uma área de "e-commerce" pudesse crescer tanto e tão rápido.

Então hoje a sensação que eu tenho é que, sabe quando você tá no lugar certo, na hora certa? Foi assim que eu me senti quando eu vim para "e-commerce", porque toda a jornada que eu construí até aqui, passei por "marketing", passei por "trade", passei por várias áreas comerciais... Você começa a ter contato com, de fato, áreas que são fundamentais para o negócio do comercial, para o cliente mesmo. Então, hoje, quando eu cheguei aqui, eu achei que os meus problemas fossem ser muito 'como que a gente digitaliza alguns processos?' ou 'como que a gente, cada vez mais, se prepara para atender esses clientes que são mais ágeis?'.
Mas a realidade é que parte dos problemas que a gente tem, eles são muito parecidos com os problemas que eu tinha, por exemplo, quando eu cuidava de uma conta do "offline", a parte de "supply" continua sendo super importante, porque, no final de contas, a forma como eu chego para o cliente com meus produtos, ela é o mesmo, eu entrego em um galpão, ou entrego numa loja do cliente... Toda a parte de como que a gente garante a rentabilidade do negócio, se os meus preços estão corretos, se a atividade promocional também está adequada para aquilo que a gente está pensando, ela continua existindo... O que que vem de novo aqui é, justamente, essa parte da agilidade e da digitalização.

E eu acho que uma provocação diária que a gente tem aqui que é fantástico, é: hoje o que funciona não necessariamente vai funcionar daqui a um mês e também algo que eventualmente fracassou hoje, uma atividade promocional alguma coisa do tipo, pode ser que dê certo daqui a dois, três meses, porque a gente tá falando de um mercado que muda tanto e tão rápido que se a gente não tiver preparado para adaptar, testar, acertar, errar e aprender com isso, a gente vai continuamente estar voltando em ciclos.

Inclusive, nos próximos dois meses a gente vai ter assim um momento fantástico para o varejo que é: a gente tem "black friday", é verão, que é o período que vende muito salgadinho, a gente tem alguns campeonatos chegando superimportantes, e é a primeira vez que a gente vive tudo isso no "e-commerce", né? Porque acho que vale lembrar que esse modelo de entregas rápidas, de você receber o seu produto em casa em 15 minutos, ou até uma hora, ele é muito novo para o comércio. A gente viveu isso, por exemplo, a primeira vez agora há pouco na final da Champions League, junto com nosso patrocínio com leis, então a gente tem muito potencial para crescer aqui e eu estou muito empolgado para esses próximos dois meses.

[Barbara Viana]
Paiva, quais são os pontos prioritários da estratégia de "e-commerce" aqui na PepsiCo? Quais são os benefícios desse modelo de negócio aqui dentro?

[Fernando Paiva]
Quando a gente fala do "e-commerce", o "e-commerce" ele tem que ser um canal complementar de vendas, adicional a tudo o que a gente já faz. E aí o "e-commerce" ele é um universo muito complexo, né? Porque a gente tem o que a gente chama de "clusters" diferentes. Quando a gente fala, por exemplo, do "cluster" que a gente chama de "concierge", que são os aplicativos de entrega rápida, de 15 minutos, uma hora, etc., é um "cluster"que ele tem muito uma dinâmica de impulso e combina muito bem com os nossos produtos como, por exemplo, salgadinho... você pede um produto e você espera que ele chega rápido e aí o nosso desafio, por exemplo, é como que eu causo o impulso dentro de uma tela de celular que às vezes é um objeto até meio frio, né? Que você não consegue ver, por exemplo, qual que é o sabor, que não tem aquele apelo da embalagem.

Então, cada canal a gente tem uma estratégia diferente, tem alguns canais, por exemplo, dentro do "e-commerce" que a gente vai com uma estratégia mais de compra planejada. Então, se você faz uma compra dentro de uma página de um supermercado, você espera que você vai receber aquela compra talvez no dia seguinte, ou algumas horas mais tarde. Então a gente acaba adequando o nosso portfólio e a nossa estratégia que a gente vai atuar e chegar no "shopper" de formas diferentes. E aí, quando a gente olha do futuro do canal, é cada vez mais como que a gente evolui com o ecossistema, que é um pouco do que a gente tava conversando no começo desse papo, como que, cada vez mais, a gente entrega uma solução completa para os nossos clientes, não só pensando no comercial, mas até mesmo sendo a PepsiCo como uma das empresas que é protagonista, o que puxa esse crescimento do "e-commerce" no Brasil como a gente tem sido nos últimos anos.

E quando a gente fala dos benefícios do modelo de negócio, eu acho que aqui a gente tem diversos aspectos que a gente pode considerar. Acho que o primeiro deles, toda a cadeia de abastecimento da PepsiCo, ela já existe e aqui a gente começa a endereçar um lado que é trabalhar com clientes que, muitas vezes, eles passam a ser responsáveis por entregar os produtos para o nosso consumidor final. Então, diferente, por exemplo, do modelo que antes o consumidor precisava ir até um supermercado para pegar um produto da PepsiCo ou ir até uma padaria para, por exemplo, que pegar um salgadinho, a gente começa a oferecer modelos mais convenientes para eles e conveniência é um dos futuros do varejo que a gente discute muito.

Outro benefício que a gente tem é um pouco dividir os custos que a gente tem dentro das nossas estruturas de "offline" também. Os galpões que a gente abastece o "e-commerce" são os mesmos galpões que a gente abastece as lojas, por exemplo, o supermercado, uma loja de vizinhança, então cada vez mais a gente chega com uma alternativa para o consumidor e acho que mais importante que isso é: a gente consegue conectar um pouco mais com ele do que a gente consegue numa loja, porque hoje, por exemplo, eu consigo oferecer um combo para ele dentro de um aplicativo... Se ele sabe que ele vai fazer um churrasco com os amigos no final de semana, eu consigo oferecer para ele um combo que ele vai comprar um salgadinho, que ele vai comprar uma Pepsi, que ele vai comprar uma carne, uma linguiça para o churrasco, um pão de alho.

Então a gente começa, cada vez mais, ter um varejo mais personalizado e melhorar a experiência de compra que o consumidor tem com a PepsiCo.

[Barbara Viana]
Eu ia comentar justamente isso, acho que a gente está falando aqui total de experiência de compra perfeita, né, Paiva? E aí a gente entra em "omni channel", que a gente escuta muito sobre esse tema por aí, que é uma abordagem de vendas multicanal... e aí, assim, conta pra gente o que que é isso de fato, né? E como que a gente vive isso dentro da PepsiCo, sendo uma das maiores empresas de alimentos bebidas do mundo?

[Fernando Paiva]
O "omni channel", ele é um conceito muito interessante e a gente tem que tomar um pouco de cuidado, porque ele parte do pressuposto da jornada de compra do consumidor. O que que a gente viu, principalmente pós-pandemia, é que antigamente o consumidor, se ele queria comprar um produto, muitas vezes ele até uma loja, via o produto, às vezes ele fazia uma pesquisa de preço ou às vezes ele acabava levando o produto ali mesmo.

O "omni channel", ele parte do pressuposto de que essa é jornada linear, ela não existe mais. Inclusive, tem pesquisas que mostram que 90% dos consumidores, quando eles vão fazer uma compra numa loja, eles já pesquisaram aquela mercadoria antes de sair de casa, seja no computador ou no celular, e aí essa jornada ela não é mais linear, ela pode começar na loja ou ela pode começar no computador, ela pode começar numa roda de conversa dos amigos, você pega no celular e pesquisa aquele produto. Então, você achar que você vai fazer no "offline" e no "online" a mesma coisa e que elas vão funcionar, isso aí é uma tática que deve muito levar para o fracasso.

A ideia aqui é que todos os canais de venda que você está inserido eles ofereçam experiências complementares, e aqui é super importante que a gente não fala só de canal de venda de produto. Aqui, por exemplo, se eu tenho mídias sociais, elas são um canal de comunicação que é super importante e, às vezes, pode ser que o consumidor, ele comece a jornada de compra por ali. Hoje, se você for pensar, o TikTok já passou, em outros países, o Google como plataforma de você pesquisar um produto que você quer comprar, e hoje o TikTok é uma rede social de vídeos. Então olha como a mentalidade e a jornada do consumidor mudou. Os consumidores que entram hoje, que passam a fazer compras ali com 18 anos, eles foram criados em todo esse ambiente digital. Para eles o Google já é algo super comum, para a gente o Google surgiu quando a gente já tinha alguns anos de idade, então o mundo está mudando muito e o "omni channel" é isso: é como que a gente usa todos os canais de venda e de comunicação para oferecer uma melhor experiência para o consumidor e garantir que a jornada dele seja completa independente da onde ela começar e da onde ela terminar.

[Barbara Viana]
No começo, você citou a questão da pandemia, né, que alavancou aí as vendas online de um jeito surpreendente. De acordo com uma pesquisa da Mundi Map e E-commerce Brasil, o comércio online foi responsável por 58% das vendas dos lojistas no Brasil em 2021, e aí eu queria saber de você: quais são as expectativas de crescimento da área para 2022 ainda?

[Fernando Paiva]
Babi, a gente está vivendo, provavelmente, o primeiro ano sem pandemia completo aí, com as pessoas totalmente vacinadas e podendo sair de casa tranquilamente, isso naturalmente faz com que as pessoas elas voltem a comprar também nas lojas físicas. Isso não quer dizer que o "e-commerce" não vai crescer. Ele segue crescendo a duplo dígito. Esse crescimento duplo dígito aí ele varia muito também das indústrias, né, das categorias que a gente tá falando de crescimento e também da forma como a gente se adapta para isso.

Aqui na PepsiCo, a gente segue com níveis bem agressivos de crescimento, então a gente cresce duplo dígito alto e a nossa perspectiva para o ano que vem é manter o mesmo nível de crescimento e cada vez mais diversificando os canais e as estratégias que a gente atua. Então a perspectiva é super boa e o nosso foco, como eu falei para você, é como que a gente começa a trabalhar isso de forma mais organizada agora. A gente tem um mérito gigante por todo o nosso crescimento que a gente teve até aqui, só que a gente cresceu muitas vezes olhando em como que a gente garante aquele crescimento altíssimo.

Agora está na hora da gente garantir que esse crescimento ele provavelmente vai se manter nos mesmos patamares, mas fazendo isso de uma forma que a gente consiga organizar, que seja rentável, que o meu serviço para o cliente também seja o melhor, porque a partir de agora a gente tá falando mais de tipo, de levar o "e-commerce" para o próximo nível mesmo.

[Barbara Viana]
E aí, pra gente fechar bem aqui a nossa conversa, 11 anos de companhia é muita coisa, isso é super legal! E aí, quais são os seus fatores de engajamento pra estar aqui há tanto tempo?

[Fernando Paiva]
Essa é uma pergunta muito boa, porque aqui na PepsiCo, e isso é um dos meus fatores de engajamento inclusive, a gente tem um modelo que a gente chama ACE. É uma ferramenta que a gente trabalha que ele fala muito de quais são suas aspirações, "capabilitys" e os fatores de engajamento que você tem e que te motivam aqui dentro.

Quando fala dos meus fatores de engajamento, acho que, o primeiro, carreira e oportunidade de trabalho com certeza são uma delas. Eu cheguei a prestar alguns programas de "trainee" no começo da minha carreira. Não cheguei a passar em nenhum, mas eu decidi em algum momento que eu não precisava de um programa de "trainee" para organizar a minha carreira e, por outro lado, a PepsiCo é uma empresa que sempre me permitiu fazer isso, em transitar entre áreas e não me tornar uma pessoa especialista em uma área só e sim uma pessoa generalista, mas que, no final de contas, eu viro um especialista na área comercial como um todo. Então esse é um fator.

Segundo, liderança. Eu sou muito agradecido por todos os líderes que eu tive aqui na companhia. Boa parte deles me mostraram outras formas de pensar, me desafiaram, me provocaram e claro que se hoje eu estou aqui por todos os desafios que eu tive, foi porque eles também me puxaram a orelha ou me colocaram sempre no caminho certo. E, por último, eu me identifico muito com os valores da PepsiCo. Não é à toa que eu estou há 11 anos aqui.

Toda essa questão de autonomia, de flexibilidade que a empresa trabalha, da gente agir como dono, isso é muito empoderador. De fato, brilha muito os olhos saber que existe uma relação de confiança que já está pré-estabelecida entre você e as pessoas que você vai trabalhar. Porque se você tem papéis e responsabilidades bem definidos e se você fala, o nosso próprio pilar, né, de agir como dono, como se a empresa fosse sua. A partir disso, você sabe quais que são as decisões que, de fato, por exemplo, pesariam no teu bolso ou aquelas que você fala tá na hora de arriscar e é isso mesmo, é o que eu acredito para o crescimento pessoal e para o crescimento profissional também.

[Barbara Viana]
Dá um baita orgulho trabalhar na PepsiCo, ser parte de tudo isso. Eu tenho cinco anos a gente companhia, quase seis, tá? E aí eu concordo super com você, com todos esses pontos, e realmente enche o coração quando a gente fala. E aí a gente tem agora uma parte também superlegal aqui no PEPcast, que chama Sabor do Conhecimento.

Paiva, o que que é isso, né? É um momento que a gente separa para compartilhar aí com o pessoal que está ouvindo a gente, conteúdos que nos inspiram, que a gente gosta, e aí pode ser livro, filme, série, o que você quiser, pensando aí que pode ajudar a inspirar outras pessoas. E aí eu queria muito saber das suas indicações.

[Fernando Paiva]
Babi, eu queria indicar um livro e uma série. O livro se chama "Liderança Total", do Stewart Friedman. Ele desafia um pouco o nosso modelo de pensar, que ele fala que a gente deveria procurar equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. Ele fala que o "work life balance" é um conceito muito limitado, mas que a gente realmente só vai enriquecer a nossa vida e atingir o nosso sucesso profissional se a gente buscar conciliar quatro dimensões da nossa vida, que são um trabalho, família, a comunidade que a gente está inserido e nós mesmos. Então, basicamente o conceito é que: se você quiser ter projetos que vão te deixar felizes de verdade e te entregar o melhor desempenho no trabalho, ou com seus amigos, ou com teu grupo da igreja, por exemplo, você deveria buscar projetos que sempre englobem os quatro aspectos da vida em conjunto. Foi uma leitura bem legal de um treinamento que eu recebi aqui da PepsiCo no ano passado, e a série que eu queria indicar, muitas vezes a gente chega em casa e está um pouco mais cansado, quer ter um momento, assim, de descontração.

E eu recomendo "Ted Lasso", da Apple TV, que basicamente conta a história de um treinador de futebol americano que ele vai para o Reino Unido treinar um time de futebol que está à beira do rebaixamento, e a ideia é que ele seja contratado mesmo para que o time caia para a segunda divisão e que o time acabe... só que ele não sabe disso. É uma série bem divertida, mas ela traz diversas reflexões e ensinamentos sobre positividade, liderança e humildade, que são fantásticas, e que achei que, para mim, foi a grande surpresa da pandemia descobrir que existia. É muito bom como forma de descontração, assim, você tirar um pouco a cabeça, mas faz refletir bastante.

[Barbara Viana]
Legal, e aí eu vou aproveitar para indicar um filme que eu assisti recentemente. Filme/documentário que chama "Quanto tempo o tempo tem?". Não sei se você já ouviu falar, mas é superlegal, é super-reflexivo também, porque traz um pouco assim do nosso mundo agora, né, que a gente vive correndo, às vezes sempre, né? Falta tempo e a gente se questiona, né? Que que está acontecendo? Eu não tenho tempo para fazer isso, para fazer aquilo. Então, o que que é isso que está acontecendo de fato, né? Por que que a gente vive se questionando sobre o tempo, né, e como a gente tem vivido tudo isso. E aí traz meio que uma linha histórica de como a sociedade enxerga essa questão de tempo ao longo dos anos, chegando até o momento que a gente está agora. Então é bem, bem diferente, assim, e me fez pensar bastante.

Bom, Paiva, superobrigada, mesmo, por contar toda a sua jornada aqui na PepsiCo. Contar também sobre "e-commerce", toda a nossa estratégia, como que essa área é vista, né, e tem se posicionado aí no mercado. Então foi superinspirador para quem quer ter conhecimento de todo esse negócio, se aventurar nesse mundo de vendas "online", enfim, então muito, muito obrigada e espero te encontrar em breve.

[Fernando Paiva]
Eu que agradeço pela oportunidade de poder participar do PEPcast. Se deixasse, eu ia ficar falando aqui o dia inteiro. A realidade é que passou voando esse tempinho que a gente bateu um papo, e é um prazer poder dividir um pouquinho do "e-commerce" com vocês. Eu Acredito muito no futuro do canal e sei que a PepsiCo vai continuar sempre voando alto aí, tanto no "on", quando no "off". Vamos juntos!

[Barbara Viana]
E eu te convido a seguir os nossos perfis nas redes sociais. É @PepsiCo no Linkedin e PepsiCo Brasil nas outras redes. Inclusive, a gente tem um Instagram PepsiCo Brasil novinho e cheio de conteúdos incríveis para te trazer ainda mais perto da companhia é PepsiCo_br. E, para saber sobre as oportunidades da companhia, não esquece! É só acessar o nosso site de carreiras PepsiCojobs.com e acompanhar a gente no Linkedin. Superobrigada e a gente se vê no próximo episódio. Tchau, tchau!

Criadores e convidados

Barbara Viana Vio
Apresentador
Barbara Viana Vio
Employer Branding & Culture Lead - PepsiCo
Fernando Paiva
Convidado
Fernando Paiva
Head de E-commerce na Pepsico
 Como o E-commerce Potencializa a Experiência de Consumo
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