Desbravando o Futuro: Inovação Aberta e Transformação Digital
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Olá, eu sou a Babi e esse é o PEPcast, o podcast que transforma a sua experiência profissional e te leva ao próximo nível. Então vem dar um "play" na sua carreira com a gente.
Hoje eu recebo uma convidada aqui muito especial, que é a Carol Sevciuc, diretora de estratégia e transformação da PepsiCo. Uma mulher, mãe, líder com mais de 25 anos de carreira. Carol, seja super bem-vinda, que honra, que privilégio poder conversar aqui com você hoje e eu tenho certeza que esse PEPcast vai trazer muita inspiração para a galera que está aqui conferindo e curtindo o nosso podcast.
[Carolina Sevciuc]
Obrigada, Babi, pelo convite. Obrigada, pessoal, pela atenção de vocês, por pararem e ouvirem um pouquinho, e espero que essa troca seja bem positiva para todo mundo, Babi.
[Barbara Viana]
Tenho certeza que vai ser, Carol.
Bom, então vamos começar, a gente tem bastante coisa aqui pra te perguntar, pra gente conversar também. Estou curiosa aqui com várias coisas... e a primeira coisa, Carol, que eu queria saber é: há 25 anos, quando você entrou para o mercado de trabalho ali, de fato, imagino ali que o mundo era outro. O "mindset" corporativo era diferente, era outro também, as tecnologias eram outras... quem era essa Carol de antes e quais foram esses acontecimentos pessoais e profissionais que você pode, assim, destacar como fundamentais na sua vida?
[Carolina Sevciuc]
Nossa, Babi, 25 anos, né? Espera aí vamos puxar na memória... Bom, primeiro, tem uma coisa que eu acredito que não mudou nesses 25 anos, que é esse meu brilho no olhar de entender e estar sempre procurando aprender. Então durante os meus 25 anos eu posso resumir que eu sempre tive uma escuta muito importante para aprender, e foi a partir disso, inclusive, que eu escolhi minha profissão.
Eu venho de uma família de médicos, pediatras, então você imagina há 25 anos atrás existia uma expectativa, não vou mentir. Meu pai, pai de duas mulheres, tinha uma expectativa importante de uma das duas seguirem uma carreira biológica na época, né? Você fazia... você escolhia, você vai fazer biológicas, humanas ou exatas para você prestar, e eu tinha colocado na minha cabeça que eu ia prestar odonto. Prestei odonto. Só que, com esse meu olhar atento, eu fui convidada um dia para visitar a Unicamp para um trabalho que eu ia fazer. E eu falei mãe 'estou indo para Unicamp hoje', e ela falou 'mas como você vai?'. Eu tinha 16 anos na época, aí eu falei 'eu vou de ônibus com uma amiga minha'. Cheguei lá, Babi, eu visitei a planta piloto, na época, da faculdade de engenharia de alimentos... nem sabia que existia isso. Me apaixonei por uma geleia de goiaba. Falei 'cara, que incrível isso'. Eu sempre fui uma pessoa que adorava e adoro ir no supermercado ver rótulo, sempre fui. Falei 'cara, é isso que eu vou fazer'.
Cheguei em casa e falei 'pai, me apaixonei, eu vou fazer engenharia de alimentos', e meu pai falou 'mas o que que é isso?'. Ele falou 'tá bom, mas você vai fazer odonto também'. Falei 'claro', porque eu tinha 16, 17 anos... um combinado que meu pai pediu, não foi nenhum combinado, né? Hoje em dia a gente fala combinado, mas na época foi quase assim 'filha, você com 16, 17 anos não vai morar fora de São Paulo, não vai morar fora da minha casa'. Ele falou 'você pode prestar qualquer faculdade, desde que você vá e volte todos os dias'. Então eu prestei odonto aqui em São Paulo, e só tinham três faculdades, na época, de engenharia de alimentos: a Unicamp, a USP, mas era no interior, Viçosa e Mauá, São Caetano do Sul. Bom, fui. Prestei Mauá, passei na Mauá e fui fazer Mauá. Eu lembro que na época... e tem uma coisa que mudou nesses 25 anos, Babi, o trânsito de São Paulo. Hoje eu me pergunto como é que eu conseguia estar na faculdade de São Caetano do Sul às 7h30 da manhã saindo da minha casa, assim, 6h30, quinze para as sete. Hoje isso é impossível, estar em São Caetano do Sul do Campo Belo em menos de uma hora e meia, duas horas, mas, tudo bem, isso mudou.
E aí eu fui me apaixonando, me apaixonei cada vez mais pela faculdade, me apaixonei pelas matérias, tinha muita matéria, engenharia tem muita matéria de exatas, claro, mas tem muita matéria de química de alimentos também... E eu fui me apaixonando, só que teve um primeiro desafio importante no meu primeiro ano de faculdade, né. Eu sofri um acidente dentro da faculdade e eu fiquei seis meses sem andar. E uma das coisas que mudou também... você imagina que naquela época não tinha tanta acessibilidade para quem tem cadeira de rodas e para quem usava muleta. Então, eu acabei contando com a ajuda de muitas pessoas para me locomover dentro da faculdade, que é bem grande a faculdade de engenharia de alimentos da Mauá, lá em São Caetano, o campus é enorme, é lindo. E aí teve minha primeira rede de apoio, que eu entendi qual a importância de uma rede de apoio.
Então eu tive meu pai e minha mãe que não me deixaram desistir. Eu, muitas vezes, pensei em desistir da faculdade, porque... falei 'vou trancar até eu ficar bem, até eu consegui andar, até, enfim, eu...'. Meu pai não me deixou. Eu tenho, até hoje, uma amiga, a Juliane Pestana no coração, porque ela foi uma pessoa que me pegava em casa, me levava, me pegava no colo se precisar, estava sempre ali do meu lado e ela é incrível, enfim. Qualquer mudança que eu tenho que fazer, inclusive, a Ju está sempre do meu lado. Então eu fui entendendo essa minha primeira noção do quanto é importante você contar com pessoas e você demonstrar e pedir ajuda, né? Então isso foi superbacana.
Durante o meu tempo de faculdade, eu fiz a faculdade com bolsa, então todos os momentos que eu tinha eu precisava e deveria trabalhar. Então eu lembro que, no Natal, alguns Natais, eu trabalhei de empacotadora do Boticário, onde eu conseguia me ajudar, ter uma coisa que era o meu dinheiro. Eu consegui, também, em todos os momentos, fazer estágio na área. Então, quando chegou no final do curso, e você precisava ter um estágio obrigatório, eu já tinha feito alguns. Então eu fui desde trabalhar numa linha de produção de biscoito de polvilho aqui em Santo Amaro, que a fábrica nem deve existir, até trabalhar num laboratório de extração de corante natural perto de São Bernardo. Tanto na linha de produção quanto num laboratório, e eu lembro muito bem que o gerente lá do laboratório falou 'Carol, você nunca pensou em trabalhar como aromista, dentro dessas grandes empresas de aromas, né?'. Eu falei 'nem sei o que é isso'. E eu lembro, ele falou 'você quer que eu te treine?', aí eu falei 'ah, não'. Hoje eu olho pra trás... falei 'nossa, deveria né?', porque incrível. Hoje eu vejo grandes casas de aroma, vejo o tamanho da potência que isso tem e pra onde poderia me levar, mas são escolhas que a gente faz e tá tudo bem.
Então durante esse meu tempo de faculdade foi muito importante eu viver e entender o tamanho da possibilidade que eu tive, e que eu tenho, e o que isso me ajuda hoje e me faz ser a Carol profissional e pessoal hoje. Acho que depois disso eu entrei para uma das maiores empresas de alimentos brasileiras, na época era Sadia, né? Hoje, é BRF. Lá foi onde eu lancei minha primeira linha de produtos de proteína vegetal, superinovador na época. Fui a primeira mulher expatriada da empresa, porque foi aonde eu tive minha primeira possibilidade de morar fora. Casei, a gente foi pra França, meu marido, meu companheiro, foi fazer MBA em CYAD e eu falei 'eu vou, mas eu vou trabalhando'. E aí eu conversei bastante, na época, com o meu gestor e falei 'eu quero ir trabalhando e não gostaria de me desvincular'. E aí eu acabei conseguindo uma posição numa cidade chamada Birmingham e eu ia toda semana, então eu fazia Fontainebleau-Birmingham toda semana, viajava toda semana trabalhando, e depois eu voltava de final de semana para ver o meu companheiro. E eu fiquei assim mais ou menos um ano. Então foi a primeira experiência de trabalhar fora, incrível.
Depois voltei, falei 'acho que eu vou pra indústria farmacêutica', afinal de contas, família inteira de médico, eu estava vendo uma movimentação importante da indústria farmacêutica. Eu falei 'eu quero trabalhar na indústria farmacêutica' e aí eu fui trabalhar para uma multinacional farmacêutica e eu era a única mulher que gerenciava duas linhas de produtos: sistema nervoso central e reposição hormonal. E aí, Babi, eu olhei aquilo e falei 'não', não é a dinâmica que eu gostaria pra mim, eu gosto de uma dinâmica mais movimentada. Aí eu falei assim 'eu preciso voltar para a indústria de alimentos'. Voltei para a indústria de alimentos, foi uma passagem super-rápida. Talvez você me pergunte 'ah, Carol, você faria isso hoje?'. Talvez eu teria um pouco mais de calma e teria entendido, teria respirado um pouco mais, mas eu fui para a indústria de alimentos, sou apaixonada por café e chocolates, então eu tinha na minha cabeça, eu entrei na Mauá falando aonde eu ia trabalhar. Saí da Mauá falando aonde eu ia trabalhar. Café sempre foi minha paixão, mas antes de falar pra onde eu ia trabalhar e pra onde eu fui, eu fui aprender sobre cafés, fui trabalhar numa empresa de cafés, numa multinacional de cafés para depois trabalhar, então, numa multinacional também, onde tem um portfólio importante, e fui aprender de chocolates.
Dentro dessa minha última empresa que eu tive, eu montei três áreas, fui reconhecida como uma das mulheres mais inovadoras no mercado brasileiro, levei a empresa para o primeiro "ranking" de inovação, dentro do Valor, e aprendi muito. Aprendi coisas que eu nunca imaginei. Sempre com este olhar de 'não, eu preciso me cercar de pessoas extremamente diferentes e que me provoquem todos os dias'. E aí eu também tive, durante essa minha última oportunidade, eu tive a possibilidade de morar em dois países diferentes, né? Eu morei na Suíça, que foi extremamente importante, porque eu saí do "business" do dia a dia, fui para uma área mais estratégica e, depois, na minha última passagem, eu morei em Portugal, onde eu consegui conciliar, mais uma vez, a carreira do meu marido, com a possibilidade do meu filho de sete anos, de viver uma experiência internacional, estar mais ligado ali a uma possibilidade de conhecer um pouco o mundo com uma idade incrível, né, o Igor, meu filho, foi para lá com quatro anos e meio, ele realmente é outra criança depois dessa vivência, e aí, no ano passado, eu tive uma outra experiência que me marcou muito nesses meus 25 anos... então eu falei de algumas aqui, desde morar fora, é... eu ter passado por uma empresa que não foi de alimentos marcou muito para mim.
Ter aprendido muito e ter tido essa possibilidade dessa escuta ativa, entender.... mas uma me marcou muito, Babi, eu vou dividir uma coisa com vocês... não vou falar só entre nós duas, porque vai ter mais gente ouvindo... mas eu tenho medo de altura, muito medo de altura, me paralisa. E eu, há uns três anos, eu venho trabalhando isso com muita terapia e com algumas vivências. E, no ano passado, eu tive a possibilidade de fazer um "hiking" para um vulcão extinto ali no Atacama, né? O Cerro Toco. Ele tem mais de cinco mil metros de altura. Diria para você que eu demorei para me preparar, né, enfim, você chega na cidade, eu precisei de dois dias e meio, mais ou menos, para estar apta para subir, além da altitude, etc, e a coragem. E eu falei 'gente, já montei três áreas tenho um filho, sou uma alta executiva, como é que...', aí eu olhava para aquele vulcão, assim, falava assim 'tenho que subir nisso, não vou'. Paralisei, eu acho que eu preferia fazer umas 10 apresentações para "board" do que subir nesse vulcão.
Mas eu fui, porque eu confiava na pessoa, confio na pessoa que estava do meu lado e que me acompanhou, e que me acompanha em todas essas vivências que eu tenho. Fui porque eu estava bem amparada. Era um grupo pequeno e que desde o começo eu falei 'eu tenho esse ponto', então eles estavam totalmente me acolhendo e eu lembro que durante a subida, Babi foi uma subida de muita reflexão, muito silêncio. E é nesse silêncio que eu encontro, muitas vezes, a possibilidade daquilo que... e eu entendi isso há pouco tempo, no South by Southwest. O CEO e o "founder" da Chobani, daquele iogurte, ele fala muito que é separar o barulho do som. Ele é incrível. Quem puder assistir algum "talk" dele, ele é realmente uma pessoa especial. E eu consegui separar barulho do som e viver esse silêncio. Foram quase seis horas, entre subir e descer, entre se preparar. Para quem quiser o Hamdi Ulukaya, o CEO da Chobani, depois é só procurar na internet e a gente acha algum "talk" dele que é bem bom.
E aí foi uma outra mudança importante, foi ali que eu decidi vir para PepsiCo, literalmente, eu lembro que eu desci e falei 'está na hora de eu me provocar e de eu mudar um pouco o meu ambiente e tomar coragem de sair, depois de quase 15 anos, de uma empresa e ingressar em uma outra empresa com culturas e valores que eu admiro muito'. Então, Babi, 25 anos não dá para resumir tanto, então talvez eu tenha me alongado um pouquinho, mas acho que eu consegui passar um pouquinho de grandes pontos que marcaram esses meus 25 anos.
[Barbara Viana]
Demais, Carol, enquanto você falava, assim, eu estava até aqui rindo, pensando, refletindo, porque é muita inspiração, Carol, de verdade. Assim, você passou por muita coisa, não só profissional, mas pessoal também. O que é legal disso tudo é que, muitas vezes, elas estavam interligadas, né? Isso te fez crescer, isso te impulsionou, então, que trajetória legal e que trajetória também fora da curva, né? Fique pensando aqui, né? Às vezes a gente acha que a carreira, ela tem que seguir exatamente A, B, C, D, não! A carreira, ela é completamente diferente disso. Às vezes ela vai seguir caminhos que a gente nem imaginou, e que a gente vai se apaixonar e tá tudo bem. Na verdade está tudo ótimo. Então, muito, muito bom te ouvir. Obrigada mesmo por compartilhar.
E aí, só uma dúvida que eu fiquei aqui, Carol. Na outra empresa que você estava, antes de entrar aqui na PepsiCo, você tava na área já de estratégia e transformação ou você era de outra área e aí você veio para PepsiCo, nessa nova área?
[Carolina Sevciuc]
Não, na verdade, na outra empresa... como eu fiquei bastante tempo na outra empresa, aí isso também foi um ponto interessante também na minha carreira. Eu consegui navegar dentro da outra organização em áreas e em categorias diversas. Eu acho que a beleza de empresas como a nossa, também como PepsiCo, que você consegue trabalhar, você consegue gerenciar a sua carreira e ir conversando sem sair da empresa, sem ter essa mudança tão drástica.
Então, não, dentro da outra empresa eu fui de gerenciar a unidade de negócio, então ter o P&L na mão, e minha última liderança foi na área de transformação digital. Então essa foi a terceira área que eu montei dentro dessa última organização, aonde eu montei, então, uma área de transformação digital. Então, sim, eu estava já dentro da área de transformação digital, Babi, quando a PepsiCo me abriu os olhos e falou... e a gente começou a conversar, Carol.
[Barbara Viana]
Carol, superlegal saber que você estava, né, já na área de transformação digital, aí você decidiu vir para PepsiCo nesse novo desafio também. Outra coisa que eu achei incrível, né, de tudo o que você trouxe assim, na sua fala, da sua trajetória profissional e pessoal, são os desafios, né? Os obstáculos, tudo que você enfrentou para chegar onde você chegou. Então, você falou que você precisou trabalhar para você conseguir se manter ali na faculdade, pra você continuar conquistando os seus sonhos, seus objetivos... você teve coragem, você teve curiosidade, enfim, uma lista do que que eu posso fazer.
Mas eu queria que você falasse um pouco mais sobre isso, porque muita gente que está aqui conferindo o PEPcast realmente, às vezes está nesse momento de ou uma transição de carreira ou de buscar uma nova oportunidade, e eu acho que essas habilidades que você trouxe, elas são fundamentais nessa jornada. Então, o que que você tem, assim, para explorar nesse sentido, Carol?
[Carolina Sevciuc]
Bom, Babi, primeiro vamos ser supertransparentes: sim, eu venho de um lugar bem, talvez dentro da média da população brasileira, bem confortável, tá? Então, assim, eu vou falar desse lugar sabendo, privilegiado, sim. Eu vim de um lugar privilegiado, mas isso não me fez, de maneira alguma, tomar isso como dado. Então eu venho do lugar privilegiado, onde, sim, eu tenho uma família que sempre me apoiou com discussões, com intensidades, dependendo do nosso momento familiar. Mas dentro desse meu contexto, quando eu olho e até levando para a sua primeira pergunta, né, o que que mudou há 25 anos atrás? Poxa, hoje a gente tem um acesso à informação impressionante, né? Então, talvez, há 25 anos atrás, se eu tivesse colocado engenharia de alimentos ali no nosso Google, ele estaria falando e ele falaria o que que era, mas olha o quanto eu iria perder ou quanto eu poderia ter perdido, na verdade, de não ter ido até a faculdade de engenharia de alimentos.
Então, uma das coisas que sempre me motivou e é uma das coisas que a minha família e as pessoas, tanto minha mãe quanto os meus tios e o meu pai falava muito, 'a Carolina é aquela pessoa que vai, ela tá lá'. Apesar de muito tímida, tá? Porque eu sou tímida, as pessoas não sabem disso, agora vamos saber: eu sou super tímida, mas eu vou. Eu vou, eu vejo, eu olho, eu escuto e eu faço a minha leitura, e converso através dessa minha leitura com outras pessoas. Então, vai! O meu convite é vai! Sabe? Poxa, eu precisava trabalhar no final do ano, precisava. Porque eu tive que escolher, em uma época da minha vida, se eu comprava uma calça ou se eu comprava o livro. E o meu pai comprava o livro e eu comprava a calça. Tem gente que não pode ter essa escolha, Babi, tem gente que precisa... é outra escolha. Então eu não posso falar de um outro lugar, Babi, eu posso falar desse lugar. Mas, desse lugar, eu acho que eu sempre tive e eu vejo pelas mentorias reversas que eu participo, e que eu faço questão de manter, pela minha rede de apoio, tem uma coisa que é muito comum: é a escuta. É você encontrar alguém que fala, 'vai'. E nem que seja só segurar a tua mão e falar assim 'vai, tô aqui, eu sei que você vai ter uma reunião importante e eu estou aqui no WhatsApp. Se tudo mais der errado, eu tô aqui no WhatsApp'.
Então isso, pra mim, sempre marcou... ter o pulso, ter essa coragem. Não, não é fácil acordar, né? Todos os dias de manhã falo 'uhul, vamos lá', não é, não vou dizer, mas eu acho que se a gente se cercar de pessoas e dividir isso... e olhar, e desce, vai olhar, vai ver o que te incomoda, vai olhar outra realidade, a diversidade é sobre isso. É sobre trazer para a mesa pessoas e vivências diferentes da sua e conversar. Então, o meu exemplo aqui, talvez, entre um livro e uma calça, seja muito fútil, muito pequeno para outras pessoas.
[Barbara Viana]
Eu acho que é exatamente isso mesmo. Não é que a gente vai acordar e falar, 'nossa, incrível, estou muito feliz, estou muito animada'. Não, tem dia que vai ser desafiador, não importa a realidade em que a gente esteja. Mas eu acho que a nossa atitude perante aos desafios, aos nossos sonhos, as nossas conquistas, é que vai fazer toda a diferença. Então, quando você fala, 'vai', eu também estou super de acordo, é realmente 'vai, se joga'. Porque eu acho que, até falando por mim, assim, todas as vezes que eu fui, por mais que eu encontrasse ali desafios ou me frustrasse, alguma coisa eu tirava disso. E eu acabei amadurecendo, acabei tendo uma outra perspectiva da vida, que talvez eu não teria ganho se eu tivesse ficado ali na minha zona de conforto, então acho superpertinente isso que você trouxe.
E aí, Carol, você super nos inspira, né? Tanto na trajetória pessoal quanto profissional e tudo isso, né, que você está compartilhando aqui com a gente, né? Não é a toa que você foi convidada para participar de um painel superimportante, né? Que é o Women On Top desse ano, que é um dos maiores encontros de mulheres CEOs e empreendedoras da América Latina, que promove aí debates e reflexões sobre o espaço das mulheres dentro e fora do mercado de trabalho. E aí você foi lá para falar então sobre o tema, né, 'A liderança inovadora tem rosto de mulher'. Achei incrível esse tema, achei maravilhoso, quero saber mais aqui. E você tava lá, né, junto com 40 outras mulheres executivas também do Brasil e da América Latina. E aí conta pra gente, Carol, o que que tornou isso possível na sua vida?
[Carolina Sevciuc]
Nossa, Babi, você sabe que, primeiro que é uma responsabilidade importante, né? Na hora que eu ouço você falar e que eu estou aqui dividindo um pouco da minha trajetória, eu me sinto muito responsável, muito, porque eu acredito muito nesse poder de conexão e nesse poder de troca. Eu acho que o que a gente está fazendo aqui é uma troca. Então, durante essa minha trajetória, dos prêmios que eu ganhei, de estar em fóruns como esse, representando, né, e tendo a honra de representar tantas outras mulheres que seguem nessa agenda de inovação, tem uma coisa que, pra mim, sempre teve comigo e eu posso parecer repetitiva: é esse lugar de curiosidade. Então uma das coisas que me moveram até aqui foi a curiosidade, e eu sou uma pessoa também, Babi, que eu me sinto bem no desconforto, sabe? Eu falo assim 'eu gosto desse desconforto positivo'. Eu sou uma pessoa que me alimento de desafio. Eu sou uma pessoa que me alimento de inspiração, eu gosto de ser inspirada. Em qualquer fórum que eu entro, eu entro e falo 'hoje eu vou aprender alguma coisa', em qualquer um. E eu aprendo! Seja aprender aquilo que eu não quero fazer, como aprender aquilo que eu falo 'cara, isso é incrível, olha só o que a gente pode aplicar isso aqui dentro da agenda de transformação digital da PepsiCo'.
Então, esse meu olhar, eu acredito que me ajudou muito chegar aonde eu estou. Essa minha capacidade de construção de cenários A, B, C, D, que deixa algumas pessoas um pouco, aqui, loucas, na minha casa, sabe? Sempre me ajudaram. E eu somo a isso uma rede importante de apoio, que me dá muita coragem e me blinda de muita coisa. Mais uma vez um lugar de muito privilégio, tá? E, cada vez mais, eu percebo que eu tenho coragem de questionar. E uma das coisas que essa geração que vem me ensina muito: a coragem de questionar. Todos os dias eu aprendo com meu time sobre isso. Tem uma coragem de questionar que eu falo assim 'nossa, incrível, vem cá, chega mais aqui, vamos construir esse negócio junto'. Então isso está cada vez mais presente e um olhar para fora. Eu acredito muito que uma janela de inovação, uma vertical de inovação, tem que estar olhando para fora sempre. É um olhar para fora e trazer para dentro, olhar para fora e trazer para dentro, e entender aquilo que não... começar a separar esses discursos, o que que é agora estratégia, o que que é imediatismo?
[Barbara Viana]
E aí entrando aqui, Carol, na pauta de fato, de transformação digital. Hoje a gente está vivendo esse processo de transformação digital, né? E você está à frente disso aqui na PepsiCo. Quais são as suas principais reflexões sobre esse momento que o mundo está passando, né? Diferentes gerações convivendo aí com o uso de diversas ferramentas, né? A gente fala da inteligência artificial para automatizar atividades, a gente fala de metaverso, imersão digital e por aí vai. Que que você tem assim, Carol, pra contribuir dentro desses aspectos, qual que é a sua visão sobre tudo isso?
[Carolina Sevciuc]
Eu estudo transformação digital, vai fazer seis anos. A minha primeira discussão de transformação digital, eu pedi duas coisas: Primeiro que o pessoal de "people" tivesse comigo, de pessoas. Eu falei 'eu gostaria de um BP de RH do meu lado e inovação do outro lado', porque não existe transformação sem pessoas. A gente se transforma todos os dias. Nós duas aqui, trocando, tenho certeza que eu vou sair daqui um pouco diferente do que eu entrei, porque minimamente você me fez refletir da minha trajetória, você me fez parar, você me fez respirar e isso vai ser matéria-prima, muito provavelmente, para minha reunião daqui a duas horas. Real, assim. Ou para minha sessão de terapia, pode ser. Mas, brincadeiras à parte, quando eu falei que eu ia montar área de transformação digital, meu primeiro pedido foi esse, e a palavra digital pra mim, Babi, ela tava ali, única e exclusivamente, porque pra mim digital remete a velocidade, remete a foco, remete a conectividade, remete à conexão e, sim, eu tenho um "enabler" forte, que é uma base forte que é sobre tecnologia, que, cada vez mais, ele não vai ser um diferencial.
Para mim, diferença é: as pessoas que estão por trás disso. Então, há seis anos atrás, eu discutia sobre isso. E aí, pra mim, eu tive agora a oportunidade de estar no South by Southwest agora, que é o maior festival de inovação do mundo, é o meu quarto ano nesse festival. É um momento que eu acho extremamente importante para Carol, pessoal e profissional, porque eu paro respiro e saio com a cabeça borbulhando. E o "keynote" de abertura foi de um professor... Eu não conhecia ele, agora tô que nem louca devorando tudo. Ele chama [inaudível], ele fala sobre otimismo. Então, o primeira ponto que eu te falo é: num festival aonde eu tive a oportunidade de, minimamente, entrar em sair de 60 palestras em cinco dias, a minha curadoria tinham só 60. O "keynote" de abertura desse festival, onde eu tinha verticais inteiras falando de inteligência artificial, Chat GPT, enfim, pode listar todas as palavras mais quentes ultimamente, a pessoa fala, esse professor fala sobre o principal sentimento que nos define como seres humanos é o otimismo. E, dentro disso, eu entendi que, sim. Essas palavras são mais do que palavras, né?
Quando você fala inteligência artificial, "machine learning", enfim, metaverso, isso está mudando a maneira como a gente se relaciona. Mas, no fundo, a gente continua sendo seres humanos e a gente continua necessitando... e por conta disso, eu acho que a gente necessita cada vez mais de conexão, pra gente poder entender, e separar, e contribuir para tudo o que está por vir. E aí, ele tem um ponto, que, pra mim, ele me fez refletir muito, que dentro desse contexto que ele reforça muito a necessidade dessa conexão, da gente se colocar no lugar do outro, dentro desse mundo, da gente reconhecer quais são as fragilidades, as oportunidades que a pessoa do nosso lado pode nos ajudar. E que, se a gente se conectar, o impacto vai ser muito maior e ele traz um outro ponto que, para mim, também é importante, Babi, que, principalmente pra gente que vive num mundo corporativo tão intenso mesmo ,que ultimamente a gente sente uma pressão de que se a gente não mudar a opinião dos outros, a gente vai ter falhado. E ele fala 'não, olha que incrível você pode construir e reconstruir em cima da opinião do outro', e na hora que a gente vê o que um Chat GPT, o que o metaverso faz dessa questão de conectividade, você fala 'poxa, olha só o que a gente pode construir efetivamente juntos', né?
Então eu tive um olhar muito importante disso. Então, quando eu vejo o maior festival de inovação, abrindo o "keynote" falando disso... o outro "keynote", para mim, que foi no "ballroom", no salão principal do South by Southwest, que é o José Andrés, que é um chefe que ele montou um modelo de negócio que ele consegue, em três dias, se eu não me engano, montar uma cozinha solidária em regiões que foram devastadas ou por guerra, ou por desastres naturais. E ele fala que a força que a gente tem como indivíduo é inimaginável e que se a gente utilizar um mecanismo de cooperação entre as pessoas, o impacto que a gente pode gerar é, assim, exponencial.
E, mais uma vez, ele entra num festival de inovação, que ao mesmo tempo eu tenho o "founder" que lançou o Chat GPT no "ballroom", eu tenho depois, logo em seguida, ele falando sobre a potência das relações e a necessidade de encarar os riscos. O que que eu tiro disso, Babi, que, sim, a gente tá num mundo diferente, é fato, e que foi acelerado muito nesses últimos três anos. Mas uma coisa que, pra mim, fica cada vez mais claro, e eu voltei superesperançosa e superotimista do festival, é que as relações humanas ficam cada vez mais importantes. Mas a gente precisa prestar atenção, essas multitelas, às vezes, não nos ajudam, mas a gente precisa prestar atenção.
[Barbara Viana]
E aí, Carol, tudo isso que a gente conversou aqui, e sobre essa transformação digital e tudo mais, eu lembro de um evento que a gente teve na PepsiCo recentemente, que você foi painelista, inclusive, e trouxe até uma colega sua para falar sobre essa transformação digital e esse evento me marcou, porque eu até conversei, assim, no paralelo, um pouco com essa sua amiga, que foi uma convidada e superespecial para esse evento... que estava com mais pessoas, assim, a gente comentou com ela 'nossa, as pessoas, às vezes, se assustam um pouco... é a transformação digital, tantos recursos, tantas ferramentas chegando, eu vou perder meu trabalho? O que que vai acontece? Que que eu faço agora?'. E aí, a resposta que ela deu ali foi muito simples e também, assim, supermarcante, ela falou 'na verdade, a mentalidade tem que ser outra, tem que ser como eu uso essa tecnologia que chegou, porque ela chegou e ela vai continuar chegando cada vez mais, em meu favor'.
Então, sei lá, se eu estou fazendo uma planilha de Excel aqui e está difícil, eu não estou conseguindo, como que eu consigo acessar algum recurso que a tecnologia me proporciona para agilizar o meu trabalho e conseguir ter uma entrega ainda melhor? E aí isso me deixou super reflexiva, e aí vocês falaram sobre isso no painel também. Então acho legal, para quem está aqui curtindo, conferindo o PEPcast, saber e ter a noção disso. Então, usem essa tecnologia para ajudar vocês e faço o "link" também, Carol, com o que você falou sobre curiosidade, sobre esse jogar, tentar aprender as coisas novas, tentar aprender sobre essas tecnologias e como utilizar tudo isso para nos apoiar. Acho que tudo isso que você trouxe, inclusive, tem total a ver e está conectado aqui com o texto que você publicou no seu LinkedIn, que inclusive aproveito aqui pra indicar pro pessoal. Entrem no LinkedIn da Carol, ela fala sobre a experiência e a visão dela, a perspectiva dela sobre esse evento incrível que ela participou, e tem até o título, né, Carol? 'Apesar de tudo, somos humanos', então tem total conexão com tudo o que você acabou de falar... incrível. E esse texto aqui, inclusive, eu já li e reli, porque, como você falou, faz a minha cabeça borbulhar, assim, porque é muito, muito interessante. Então acho que para quem está conferindo PEPcast, eu super, super recomendo, viu?
E aí, Carol, a transformação digital tem tudo a ver com o planeta e as pessoas no meio de tudo que a gente faz. E aí, antes, às vezes, a gente até pensava apenas em questões de meio ambiente, enfim, quando a gente pensa na palavra, por exemplo, de sustentabilidade. E aí, hoje o conceito é muito mais amplo. Então, aqui na PepsiCo, por exemplo, tem a ver com água, com clima, com economia circular, mas também com diversidade, equidade, inclusão. O que que são essas escolhas sustentáveis para você, Carol, e como que cada pessoa que está aqui curtindo o PEPcast pode começar hoje?
[Carolina Sevciuc]
Nossa, Babi, isso dá outro PEPcast, né?
[Barbara Viana]
Total!
[Carolina Sevciuc]
Vamos lá. Primeiro eu vou voltar para o Andrés, né? Pro José Andrés. Primeiro que eu acho que a gente precisa acreditar no nosso potencial e na nossa força como indivíduo. Uma outra palestra que me marcou bastante no South by Southwest, foi do CEO da Patagonia, quando ele fala que 'entendo a importância e a representatividade de empresas', como a dele, como as nossas, mas vamos lembrar que empresas são feitas de pessoas e que nós somos responsáveis por isso que está acontecendo e por essa discussão. Então, como que a gente se coloca neste lugar? Para dizer que, sim, eu acho que tem escolhas que vão desde alimentos, de como eu reciclo meu lixo, e etc., mas eu acredito, Babi, que a gente precisa dar um passo a mais dentro disso, dentro do nosso círculo, dentro da importância que tem uma PepsiCo dentro dessa agenda.
Então, sim, é uma escolha, é uma evolução, de falar sobre escolha sustentável para escolher as regenerativas e impacto regenerativo dentro do nosso planeta e dentro da sociedade. E acho extremamente importante quando a gente coloca a pauta de diversidade e inclusão, porque, para mim, é através, e cada vez mais, de discussões, com visões diferentes e ângulos diferentes, consequentemente, que a gente consegue, juntos, achar uma solução com impacto cada vez maior. Então fazer escolhas sustentáveis é quase um... entendo, temos que fazer e devemos fazer, mas não é só sobre reciclar o lixo, não é só sobre ir na feira e comprar orgânico, a gente precisa dar um passo maior sobre isso, né? Nós, como indivíduos, e, sim, dentro de uma empresa. Dito isso, entendo também que a gente precisa de ajuda e até dividindo com vocês: eu fui, na semana passada, eu tive a possibilidade de ir numa das nossas iniciativas, junto com a Coopercaps. Então eu fui com um grupo de executivos visitar e vivenciar uma recicladora. Aquilo me marcou extremamente, porque não é só um trabalho de reciclagem. A gente faz um trabalho ali dentro de reciclagem de vidas, das pessoas que estão lá dentro, das pessoas que têm possibilidade de trabalhar. 'Poxa, Carol, mas essas pessoas deveriam ou não estar lá?'. Essa é a realidade do Brasil, neste momento é isso, mas a gente está dando dignidade ali dentro da Coopercaps, quando eu falo com o carioca.
Essa semana eu estava aqui na minha casa fazendo uma limpeza, a hora que eu olho, abro, o meu lixo reciclável tinha uma pilha dentro de um lugar que não deveria. A primeira imagem que eu vi foi a imagem que remeteu às pessoas que estavam trabalhando ali. Na hora eu peguei isso, então, sim, pra gente falar sobre escolhas sustentáveis e passar o passo da regenerativa tem um "layer" importante que é sobre a educação, nossa educação, a minha educação, a educação do meu filho, do Igor aqui, a educação da minha casa, das duas mulheres incríveis que estão junto comigo aqui dentro, mas acredito mais que a gente tem que entender que a gente como indivíduo tem que começar.
E aí, quando eu olhei aquilo dentro do meu ecossistema aqui, dentro do meu círculo aqui eu falei 'espera aí!'. E eu lembrei que um dos motivos, inclusive, que me fizeram vir trabalhar onde eu estou hoje, foi o quanto nós somos vocais dentro e fora da organização, dentro do pep+ , de como a gente, como indivíduo, tem e deve provocar essa mudança. Quando eu vejo, até, a gente comemorou 70 anos ali, né, num piquenique maravilhoso para nossa família, e que meu filho não esquece, faz 15 dias e ele continua falando que foi um dos melhores domingos dele!
[Barbara Viana]
É sensacional.
[Carolina Sevciuc]
E eu vi todos os resíduos que foram gerados ali dentro, dentro da Coopercaps depois de três dias... eu falo 'cara, é sobre isso'. Então, sim, e tenho muito orgulho de saber que eu faço parte desse movimento e me sinto responsável também de toda essa agenda pep+ que a gente está construindo.
[Barbara Viana]
Aqui na PepsiCo, o planeta e as pessoas estão no centro de tudo que fazemos. PepsiCo Positive (pep+) é a transformação estratégica que estamos trazendo para o nosso negócio de ponta a ponta, criando crescimento e valor, ao mesmo tempo em que inspiramos mudanças positivas para o planeta e para as pessoas. A gente tem uma página exclusiva sobre isso lá no nosso site da PepsiCo Brasil, e vale a pena acessar e conhecer um pouco mais sobre essa estratégia e ver se a PepsiCo da "match" com você em relação a esse propósito. Bom, e aí, Carol, pra fechar o PEPacst, eu quero te convidar para participar aqui de um quadro que chama Sabor do Conhecimento.
Esse é o momento aqui que a gente compartilha com o pessoal, conteúdos, experiências que nos inspiram mesmo. E aí vale de tudo, tá? Livro, série, experiência de vida, você até falou do vulcão, por exemplo, podcast, algum perfil das redes sociais, um hábito, enfim. E aí eu queria saber: qual que é sua dica, Carol?
[Carolina Sevciuc]
Bom, primeiro, tem um... acho que é o penúltimo livro que eu li, na verdade, foi do Adam Grant. É uma pessoa que eu até sigo nas redes sociais, que chama "Think Again", que é o poder de saber o que você não sabe. Dentro do que eu conversei um pouco aqui, né? E que eu venho, cada vez mais buscando, olhar e sempre aprender. Então eu acho que ele traz umas provocações importantes aqui que eu deixo para vocês.
Tem uma outra pessoa, na verdade, uma poetisa americana. Eu a conheci através de um papo que eu tive, que é uma das coisas que eu também faço, estou fazendo menos do que eu gostaria, que eu tinha um pouco mais de disciplina, que eu sempre conversava com pessoas ou que me buscavam no LinkedIn, tomava um café virtual, combinava de almoçar. Teve uma dessas pessoas que, em um dos papos, me apresentou essa poetisa que chama Maya Angelou. E ela falou uma frase para mim e através dessa frase eu fui buscar os livros dela, e a Andrea falou pra mim a seguinte frase, que a Maya tem: "Do the best you can and until you know better. Then when you know better, do better", e foi uma frase que me marcou, porque em inovação e na minha carreira, eu sempre falava 'mas, poxa, mas será que eu sei fazer isso?'. E essa frase fala comigo, porque fala o seguinte: faça o melhor que você pode até você saber. E aí, quando você sabe, faça melhor ainda. Isso me marcou e me marca e eu sempre tenho essa frase.
Através disso eu conheci o livro dela, que é: "Eu sei por que o pássaro canta na gaiola". É um livro que eu recomendo demais. E logo na entrada do livro, assim, nas três primeiras páginas, a Maya fala, ela dedica o livro ao filho e todos os forte e promissores pássaros negros que desafiam a probabilidade e os deuses e cantam suas canções. Bom, a partir daí, o livro já é uma inspiração e uma reflexão constante. E esse final de semana eu peguei o livro para ler de novo, pela segunda vez. Então, são duas dicas que eu dou. E uma dica mais de série, assisti e maratonei, o seriado do "founder" do Spotify. E eu lembro que a primeira vez que eu fui no South by Southwest, o Spotify estava sendo lançado lá e parece que faz tanto tempo, mas não faz tanto tempo assim. Foi superbacana, assim. Recomendo também para uma maratonada.
[Barbara Viana]
Nossa, isso é muito bom mesmo. Já assisti aqui e eu adorei esse livro que você indicou, já estava até pesquisando aqui, Carol, fiquei superinteressada, esse da Maya, adorei. E aí, a dica que eu vou trazer aqui hoje é um livro que eu li recentemente e que não tem assim conexão direta com o tema de transformação digital, mas é um livro que me inspirou e me ensinou muita coisa boa, e é um livro que é superdidático e intuitivo também, que chama "Aurora: O despertar da mulher exausta", da Marcela Ceribelli. Ela é criadora da Obvious e do podcast "Bom dia, obvious", que é um podcast que inclusive super recomendo também, é muito, muito legal.
E aí falando sobre esse livro, ele é um convite, na verdade, a todas as mulheres, pessoas, que estão aí, cansadas, exaustas, né? De tanta pressão que existe aí na sociedade, né? Então a gente tem que ser produtivo o tempo inteiro, a gente tem que continuar crescendo na carreira o tempo inteiro, a gente se cobra muito e às vezes a gente não para pra respirar. Então é relacionamento, é cobrança, é busca pela perfeição, enfim, então esse livro ele traz aquele convite para você respirar e falar 'espera aí, deixa eu despertar de tudo isso, deixa eu realmente acordar para tudo isso, encontrar o meu lugar e encontrar o meu lugar com calma, e vivendo tudo o que a vida tem para nos oferecer e da melhor maneira que a gente puder'. Então, tem até um trechinho desse livro que eu gosto demais, que é "eu não diria que medo e coragem são conceitos complementares,. Também não acho que um é o contrário do outro, eles andam juntos. A coragem de uma pessoa em determinada circunstância é proporcional ao tamanho do medo que ela venceu". Então, super recomendo aí para vocês.
Carol, superobrigada mesmo, mesmo, mesmo por você aceitar o nosso convite para participar do PEPcast. Eu saio daqui superinspirada, superengajada também, de te conhecer um pouco mais, conhecer um pouco mais da sua história. Obrigada, mesmo, por você compartilhar tantos elementos importantes para mim e para quem está ouvindo e conferindo aqui o PEPcast e que tem tornado, né, a sua carreira tão próspera e cheia de propósito. O PEPcast está sempre aberto para você, quando você quiser, e obrigada mais uma vez por tudo e por você estar aqui hoje com a gente.
[Carolina Sevciuc]
Superobrigada pelo convite, é sempre um prazer estar falando e estar dividindo. E você pode não acreditar, né? Mas toda vez que eu entro numa conversa, que eu tenho a audácia de dividir um pouco da minha carreira e da minha experiência com vocês, eu aprendo e faço algumas reflexões aqui pra minha vida, então obrigada por essa oportunidade.
[Barbara Viana]
Obrigada você, Carol. E eu te convido, você aí, que está conferindo o PEPcast, a seguir também os nossos perfis nas redes sociais é @PepsiCo no linkedin e @pepsico_br nas outras redes. E para saber sobre as nossas oportunidades, é só seguir o PepsiCo Jobs, no Instagram, e também está no nosso site de carreiras, que é o www.pepsicojobs.com. Superobrigada e a gente se encontra no próximo episódio!