Inovação Aberta e PepsiCo Labs

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Barbara Viana:
Olá, eu sou a Babi e esse é o PEPcast, o podcast que transforma sua experiência profissional e te leva ao próximo nível. Então vem dar um "play" na sua carreira com a gente.

A gente já sabe há muito tempo que, para se dar bem nesse mundo competitivo e que muda a cada segundo, as empresas precisam investir em inovação. Mas você já ouviu falar em inovação aberta? Você sabe o que isso significa? Quais os benefícios que essa inovação aberta traz para as empresas? Aqui na PepsiCo, a gente tem trabalhado com esse conceito, principalmente voltado para alcançar uma inovação em benefício de todos e todas. E aí, é claro que a gente tem um super time aqui de especialistas na área.

E hoje eu tenho a imensa honra e felicidade de trazer aqui a Raíza, que é gerente de Estratégia e Transformação na PepsiCo e está liderando uma iniciativa chamada PepsiCo Labs, e veio aqui justamente para a gente conversar um pouquinho sobre tudo isso.
Ra, estou muito feliz de ter você aqui. Te admiro como pessoa, profissional, e estou super animada para a gente bater esse papo aqui hoje. Obrigada, viu?

Raiza Welsch:
Ai, obrigada você. Obrigada pelo convite, gente. Eu tô super empolgada, Babi. Falar de inovação é um tema que me estimula sempre, então vai ser um papo muito, muito legal. Espero contribuir.

Barbara Viana:
Não tenho dúvidas que vai.

Já vou começar aqui só fazendo uma introdução assim, pro pessoal te conhecer também. Hoje, né, você tá aí à frente do PepsiCo Labs, que é um “hub” de inovação aberta aqui na PepsiCo. Mas antes de tudo isso, como que a sua trajetória começou? Você se formou em qual área? E aí, vou dar um "spoiler" aqui pro pessoal, porque eu acho que isso é bem legal de você contar pra gente. Você começou aqui como estagiária, né?

Raiza Welsch:
Exatamente.

Barbara Viana:
Não, isso é incrível. Então, conta aí como tudo isso começou.

Raiza Welsch:
Ai, bom, vamos lá, Babi. Eu adoro… Eu olho de uma forma muito saudosista pro passado, né. Porque o que a gente constrói é o que traz a gente até aqui, então… Minha trajetória ela começou bem antes da PepsiCo, quando eu decidi fazer Química, olhando pra minha trajetória profissional. Então, bom, eu sou Química de formação. Eu escolhi esse curso porque eu sempre fui muito fascinada pela ideia de entender o que existe por trás das coisas. Então, aquilo que ninguém vê, mas que sustenta o todo. E eu tenho certeza que se o meu padrinho ouvir esse podcast, ele vai se lembrar de quando eu tinha 10 anos, que eu pedi um kit de microscópio e telescópio pra ele de aniversário. E foi ali que nasceu uma raiz extremamente curiosa.

E a Química pra mim ela era isso, né? Ela era enxergar o invisível, transformar matéria em significado. E aí eu entrei na Unicamp e, em 2015, no final da minha graduação, eu tive a oportunidade de estagiar na PepsiCo. Então eu comecei aqui na companhia na área de Pesquisa e Desenvolvimento. Foi meu primeiro contato com a indústria, meu primeiro contato com a indústria de alimentos e com a ideia de que a ciência e a criatividade elas podiam andar juntas.

E aí, nessa época, eu achava muito incrível, assim, ainda acho, mas naquela época me brilhava muito os olhos de saber que algo que eu ajudava a desenvolver em laboratório podia chegar na prateleira do supermercado e, de alguma forma, até a casa das pessoas. Eu adorava quando meu avô contava que ele ia ao supermercado, ficava parado ali perto da gôndola do salgadinho. E quando alguém pegava um produto da PepsiCo, ele falava: “Olha, foi minha neta que fez”. Então isso foi algo assim, que foi um grande alimento para a minha jornada, para a minha construção de carreira.

E aí depois do estágio eu fui contratada, segui na área de Pesquisa e Desenvolvimento. E uma curiosidade dessa fase da minha vida, eu gosto de falar muito sobre isso, é que eu me especializei em farinha de trigo. Então eu sou uma especialista em farinha de trigo. Eu mergulhei nesse mundo das propriedades funcionais de reação durante o processo, das particularidades que fazem um produto dar certo. Eu gosto de comentar isso justamente porque pode parecer um detalhe, mas é aí que mora a especificidade de como eu gosto de trabalhar, que é entender as nuances entre o micro e o macro para conseguir inovar e fazer construções com propósito.

Então, esse começo foi muito essencial para construir minha base. E até hoje, eu posso dizer que eu carrego esse olhar técnico e essa paixão por aprender como parte central do meu trabalho.

Barbara Viana:
Legal. E aí, beleza, você ficou um tempo aí trabalhando com Pesquisa e Desenvolvimento. Mas e depois, como que você chegou efetivamente na área de Estratégia e Transformação?

Raiza Welsch:
Nossa, Babi, aí aconteceu uma transição de carreira. Eu acho que foram várias coisas que se conectaram para eu chegar onde eu estou hoje. Então, tudo começou a ganhar muita clareza para mim quando eu decidi fazer um mestrado em Inovação na Ufscar na época. E aí foi nesse período que eu entendi que o que me movia não era apenas o conhecimento técnico, mas era essa possibilidade de conectar diferentes mundos.

Então, na prática, isso significava que eu não queria atuar somente em desenvolvimento de produto. Eu queria repensar processo, redesenhar modelo, contribuir para o negócio de uma forma mais ampla. Eu sempre fui movida pela curiosidade, por pergunta, descoberta, conexão. As conexões mais improváveis são as que mais me atraem. E isso me levou naturalmente a buscar experiências fora dessa área técnica. E essa transição eu gosto muito de dizer que ela foi muito mais uma expansão do que uma ruptura. Eu saí de Pesquisa e Desenvolvimento e fui me aproximando de projetos mais estratégicos, onde eu pudesse olhar o futuro da companhia, entender os grandes desafios do nosso negócio, pensar em soluções de uma forma mais integrada. E aí foi assim que eu me conectei com a área de Estratégia e Transformação, onde eu finalmente consegui unir essa bagagem técnica com essa minha vontade de gerar impacto em escala.

E eu gosto de mencionar que aqui na PepsiCo a gente tem uma flexibilidade, muito grande para explorar nossos interesses dentro da companhia. E esse plano de carreira, junto com todo o apoio que eu tive da liderança, do time de "people", me ajudou a construir essa jornada que me trouxe até a área de Estratégia e Transformação. Então, eu acho que isso é um diferencial muito grande da companhia, que permite que a gente explore nosso potencial, explore áreas que não necessariamente têm a ver ali com a rigidez da formação técnica, da formação acadêmica. Isso pra mim foi super importante pra construir a minha história aqui dentro.

Barbara Viana:
Ai, que demais! Essa história é muito legal e um exemplo que a gente pode ter aspirações diferentes ao longo da nossa jornada, da nossa carreira. Que bom que a PepsiCo conseguiu abraçar tudo isso, te impulsionar aí no seu crescimento. E você brilha, né? Sou sua fã, você sabe disso.

E aí, para quem está aqui conferindo o PEPcast, você consegue explicar um pouco mais o que é efetivamente a área de Estratégia e Transformação? Acho que é legal trazer um pouco, porque sabemos que algumas empresas aí externamente possuem essa área, algumas pessoas já estão trabalhando efetivamente, mas muitas pessoas também não conhecem.
Então, como que você poderia explicar um pouco o que é a área de Estratégia e Transformação aqui dentro?

Raiza Welsch:
Bom, vou tentar resumir. Acho que depois a gente talvez possa explorar um pouco mais os tópicos, mas a área de Estratégia e Transformação ela é uma área muito focada em entregar a estratégia do negócio de diferentes formas. Então, é uma área que engloba diferentes "capabilities", diferentes experiências, justamente para que a gente possa levar a companhia para o futuro. Então, é uma área que orquestra a transformação.

Quando a gente olha para as nossas metas de negócio, nossa visão de negócio, a área de Estratégia e Transformação ela é muito responsável por construir, e junto com os times da companhia, executar essa estratégia. Então eu poderia dizer que dentro dessa área a gente tem diversas verticais que atuam de formas diferentes. A gente tem uma área que olha para a estratégia pura de negócio, a gente tem uma área que a gente chama de "deployment", que olha para a tecnologia, implementação de projetos transformacionais, a gente tem uma área que se chama "Transformation Office", que é um escritório de projetos que lideram grandes projetos dentro da companhia, a área de "Integrated Business Plan" também, que é uma área muito focada em construir esse nosso modelo integrado de planejamento de negócio do futuro.
Então, todas essas áreas estão embaixo desse guarda-chuva, muito focado em conectar desafios do negócio e executar grandes projetos transformacionais que vão mover a companhia para o futuro.

Barbara Viana:
Ra, e agora, entrando de fato aqui no tema do episódio do PEPcast, o que é efetivamente inovação aberta?

Raiza Welsch:
Inovação aberta é um modelo de inovação onde empresas como a nossa, por exemplo, colaboram com atores externos. E quando eu falo de atores externos, eu estou falando de "startups", eu estou falando de universidades, centros de tecnologia, institutos de pesquisa e vários outros parceiros para acelerar resolução de desafios estratégicos. Então assim, ao invés de depender apenas do que é criado internamente, depender apenas do que a gente tem dentro de casa, a companhia ela abre seus desafios para captar conhecimento, tecnologia e outras soluções que já existem ou estão em desenvolvimento no mercado.

Então, na prática, isso reduz tempo de desenvolvimento, isso compartilha riscos com esses outros atores, traz mais diversidade de pensamento para os nossos processos e também uma amplitude muito grande de alcance de tecnologia. Foi dentro dessa filosofia de inovação aberta que nasceu o PepsiCo Labs.

Barbara Viana:
Ra, mas aí uma dúvida, tá? Quando eu vou pesquisar sobre esse tema de inovação aberta e tal, aparecem aquelas perguntas assim, sugeridas no Google, né? Qual a diferença de inovação aberta e inovação fechada? Existe esse termo mesmo, inovação fechada?

Raiza Welsch:
Sim, existe. É porque justamente só existem dois modelos de inovação, dois modelos de praticar a inovação: o modelo de inovação aberta e o modelo de inovação fechada. Quando eu estou falando de inovação aberta, eu estou falando justamente da gente romper as barreiras da companhia. Então eu saio do meu "site" ali, do meu "headquarter", e eu estou pesquisando tecnologia, eu estou trabalhando com outras empresas para construir soluções.

Quando eu falo de inovação fechada, é o que acontece dentro de casa. Então, por exemplo, se eu estou falando de uma pesquisa de R&D que eu faço ali do começo ao fim, dentro de casa... E por que eu falo do começo ao fim? Tem muitos projetos nossos de R&D que são inovação aberta, porque a gente trabalha junto com casas de aromas para construir, por exemplo, o nosso portfólio de aroma. Então, isso é inovação aberta também. Eu gosto muito que a gente possa, assim, ter esse conhecimento para desvincular a inovação aberta de trabalhar com "startup". Não é só isso, sabe?

Você fazer uma colaboração, por exemplo, que as nossas nutricionistas fazem com centros de pesquisa de tecnologia como [----], por exemplo, é inovação aberta também. Então, é tudo que rompe as barreiras da corporação e que você usa pessoas, e processos, e produtos, e empresas externas para colaborar e construir algo junto. Acho que colaboração é a palavra.

Barbara Viana:
Perfeito, perfeito, Ra. Obrigada viu, por trazer aí esses pontos. Acho que ficou super claro, tá? Assim, eu achei incrível a diferenciação, inclusive. E aí, entrando no PepsiCo Labs, conta pra gente de onde surgiu, como começou. O que que é efetivamente esse projeto tão grandioso aqui dentro da PepsiCo?

Raiza Welsch:
Bom, vou voltar ali pra aquele momento que eu tava entrando na área de Estratégia e Transformação, só pra fazer essa base histórica de como o PepsiCollabs chegou aqui. Então, eu entrei em Estratégia e Transformação muito focada em trabalhar com projetos que traziam essa intersecção de negócio e tecnologia. E aí, no início, meu dia a dia era muito voltado para liderar esses projetos de transformação digital em diferentes áreas.
Com o tempo, a gente percebeu que muitos desses desafios que a gente via nas áreas de negócio podiam ser resolvidos de uma forma mais ágil, mais diversa, mais conectada com o ecossistema externo. E aí foi assim que a minha atuação evoluiu. E aí, de projetos internos, eu passei a liderar essa estruturação de uma frente de inovação aberta no Brasil, olhando para uma futura expansão para a América Latina. E aí, essa estratégia já nasceu conectada com o nosso “hub” global de inovação, que é o PepsiCo Labs.

Então, eu vou começar falando aqui: por que o Brasil, né? Por que a gente decidiu colocar essa estratégia olhando para a inovação aberta no Brasil, para a América Latina como um todo? É sempre importante dizer que o Brasil é um destino muito natural quando a gente fala de inovação aberta na América Latina. Porque aqui a gente tem um ecossistema de "startups" vibrante, super maduro. Temos desafios super complexos como país, como negócios, como pessoas. Temos diversidade, temos criatividade. E a gente tem aqui uma urgência prática muito grande, que transforma o país num excelente campo de teste.

Isso fez com que a gente entendesse que fazia muito sentido trazer o PepsiCollabs para cá, para olhar para desafios que são muito específicos da América Latina. Então, aqui, dentro do PepsiCo Labs, a gente estrutura uma jornada completa. A gente, junto com as áreas funcionais, desenha os desafios dessas áreas, identifica "startups" que podem solucionar esses desafios, fazemos pilotos. E aí, quando faz sentido, a gente desenha toda essa implementação em escala dessas tecnologias.

É um trabalho que exige uma visão supersistêmica, gestão de times diversos, fluência em tecnologia e muita disciplina para traduzir inovação em resultado real. Então, aqui, o PepsiCo Labs nada mais é que esse “hub” global de inovação, onde a gente conecta desafios estratégicos da companhia com "startups" que já têm soluções tecnológicas validadas e prontas para escalar. A gente conecta esses dois "players". E esse é um modelo estruturado para a gente testar e aprender.

Então a gente define o desafio com a área, e aí a gente encontra a "startup", roda esse piloto em um ambiente real de negócio – isso é muito importante dizer – e, se os resultados forem positivos, a gente escala essa solução. Eu falo de uma forma que a gente pensa “é simples”, né? Nem sempre é simples, mas com certeza é muito poderoso. E aqui é muito importante dizer que a grande ambição do PepsiCo Labs não é inovar por inovar, não é inovar porque “inovação” é a palavra da vez, todo mundo quer ser visto como uma empresa inovadora... Mas é inovar para resolver problema real, com velocidade, com impacto, uma mensuração muito clara de valor.

Então, aqui a gente olha para como a gente pode usar soluções de tecnologia para resolver, para apoiar a eficiência do nosso negócio como um todo.

Barbara Viana:
Uau, que aula! Adorei!

Na prática assim, como que... Eu sei que você acabou falando, explicou super bem o PepsiCo Labs. Mas tem algum exemplo mais prático que você consegue trazer pra gente, que não seja confidencial, claro, mas de como a gente aplica isso aqui internamente?

Raiza Welsch:
Com certeza. E a gente pode dar um exemplo legal que tá aí na mídia rodando, inclusive, mas, no Brasil, a gente adaptou esse modelo global para a nossa realidade, para a realidade do nosso negócio. E a gente está, inclusive, agora finalizando o nosso primeiro programa, que foi construído junto com o time de Agro, com três pilotos em parceria com "startups" brasileiras.
Então, esses projetos que a gente construiu dentro de Agro têm esse foco em monitorar a qualidade das nossas batatas, desde o campo até a chegada à nossa fábrica. E, através disso, melhorar o uso dos recursos naturais, aumentar a eficiência da nossa cadeia de fornecimento. E a gente está agora também lançando um programa em "Supply Chain", junto com o time de "Supply Chain", explorando desafios dentro de armazéns, dentro de logística, dentro de planejamento de materiais, rastreabilidade...

E o mais legal de tudo isso é que a gente está sempre testando novos formatos para entender como a gente pode, com mais agilidade, mais conexão, trabalhar em colaboração com as áreas de negócio. E além dos resultados técnicos, eu gosto de dizer que tem uma coisa que eu me orgulho muito aqui na implementação do PepsiCo Labs, que é como nós apoiamos o impulso da mudança cultural da companhia. Uma cultura onde a gente vê aqui que a PepsiCo fomenta muito que inovar não é opcional. É o caminho, é o único caminho possível para a gente gerar um valor real. Então, eu acho que esses são bons exemplos.

Barbara Viana:
É legal porque eu imagino que quem não conhece a PepsiCo, olha para os nossos produtos e pensa: "Caramba, adoro Doritos, amo Cheetos, vou comprar aqui para dividir com os meus amigos". E olha quanta coisa tem por trás, quanta coisa está acontecendo de transformação, de inovação, de tecnologia, para que chegue de uma forma especial para os nossos consumidores cada vez mais. E eu acho isso incrível. Eu acho que dá um baita orgulho saber de tudo isso que acontece aqui, de dentro para fora, de fora para dentro, por aí vai.

Raiza Welsch:
Nossa, total, Babi. Total.

Barbara Viana:
E aí, falando de desafios... Quais são os desafios quando a gente pensa nesse tipo de iniciativa aqui no Brasil? No setor que a PepsiCo está inserida mesmo, quando a gente fala de alimentos e bebidas, como que você enxerga essa parte?

Raiza Welsch:
Nossa, Babi, eu acho que existe um desafio real de competitividade no mercado, nesse mundo em constante evolução e transformação que a gente vive. Mas eu acho que isso é muito citado, então, eu queria muito colocar o meu holofote aqui no maior desafio pra mim quando a gente fala de inovação aberta, que é a cultura, que é o desafio cultural.

E por que eu digo isso? Inovar exige testar. E testar exige aceitar que nem tudo vai funcionar de primeira. E essa é uma mentalidade que nós ainda estamos cultivando como sociedade. E eu falo muito porque eu tento cultivar isso todos os dias, eu comigo mesma. Porque a gente tem esse caminho trilhado que a gente precisa acertar, que a gente precisa sempre estar correto, que a gente precisa entregar sempre o resultado da melhor forma possível.
Quando a gente fala sobre inovação aberta, a gente tá falando sobre essa mentalidade de que errar também é bom. Por quê? Quando a gente erra dentro de um projeto piloto, a gente tá errando pequeno, a gente tá errando com baixo impacto. E principalmente, a gente tá documentando e transformando isso em plano de ação, em plano de mitigação, então transformando isso em material para que a gente não venha a errar maior no futuro.

Então, eu acho que a experimentação ela não deve ser vista como uma exceção. Ela é uma parte essencial de um processo de evolução do negócio. E, às vezes, o maior obstáculo que a gente tem quando a gente está falando de evolução, de transformação, não é a tecnologia, a gente tem muito medo da tecnologia, mas para mim, hoje, o maior desafio que a gente vê aqui é a velocidade com a qual a gente consegue testar, aprender, ajustar. E isso só acontece quando a gente consegue conectar as áreas, quebrar os silos de uma grande companhia e construir confiança em times que, muitas vezes, nunca trabalharam juntos antes, né?

Então, na PepsiCo, eu acredito muito que a gente tenha avançado nessa jornada de inovação aberta justamente porque a gente decidiu inovar junto. Então, quando as áreas de negócio, operações, jurídico, tecnologia, "people" se reúnem para resolver um desafio real... E aí está todo mundo na mesma mesa, é aí que a inovação realmente acontece. Então, a companhia tem incentivado esse movimento com muita intencionalidade, criando espaço seguro para que a gente possa testar, para que a gente possa trazer nossas opiniões, expressar nossa opinião sem medo, valorizando todos os aprendizados dessa trajetória e reconhecendo quem tem coragem de propor o novo.

Então, eu acho que esse desafio cultural, ele é uma grande barreira em muitas companhias, mas que nós aqui na PepsiCo, a gente tem conseguido atuar de uma forma muito incrível, eu diria – não consigo encontrar outra palavra pra isso –, muito incrível nesse cenário, tá? Porque os times são muito colaborativos.

Barbara Viana:
Ah, tem uns projetos aqui que eu tô pensando, eu vou te chamar, hein.

Raiza Welsch:
Eu já falei pro Fábio [------] que estou com roupa de ir, entendeu? Ela só tinha um sonho e um PowerPoint. É sobre. Vambora!

Barbara Viana:
É sobre. Vambora! Quero fazer parte do PepsiCo Labs também, de alguma forma ali entrando como "people".

Raiza Welsch:
Vamos, a gente pode conversar sobre vários "benchs" aqui que têm acontecido. Cara, são muito legais assim, de como conectar áreas, sabe? Isso é muito massa.

Barbara Viana:
Boa! Não, incrível. Maravilhoso. Eu fico empolgadíssima, enfim...

Raiza Welsch:
Maravilhosa.

Barbara Viana:
Na PepsiCo, ousamos transformar para construir um ambiente de aprendizado onde os objetivos de carreira são considerados e valorizados. Você pode ajudar a construir um mundo onde haja mais possibilidades para mais pessoas, independentemente da função que você ocupe. Assim, ajudamos a criar mais sorrisos a cada gole, a cada mordida, a promover um local de trabalho mais inclusivo, a criar um ambiente mais sustentável e a tornar o mundo mais possível. Para ousar transformar com a gente, acesse www.pepsicojobs.com.

Bom, eu estou aqui super empolgada com todas essas possibilidades que a inovação aberta traz aqui para o negócio. E eu imagino que o pessoal que tá aqui curtindo o episódio também. E aí, Ra, conta pra gente... Que agora eu penso que deve ter uma galera querendo trabalhar em Estratégia e Transformação. Quais são as habilidades que você acha, assim, que são importantes, necessárias pra quem pensa em seguir carreira nessa área? E quais dicas você compartilharia para quem tem essa aspiração?

Raiza Welsch:
Bom, vamos lá, andei refletindo muito sobre essa pergunta. Eu acho que a área de Estratégia e Transformação ela exige uma combinação que nem sempre vem pronta. Você precisa ter pensamento analítico, visão de futuro, capacidade de influenciar e, principalmente, resiliência para navegar na ambiguidade. Uma área que conecta pessoas diferentes e precisa sempre manter o foco no impacto.

Então, para mim, a chave – e eu estou usando muito essa palavra aqui hoje, gente, para vocês verem o quanto ela é importante para mim –, mas para mim, a chave está na curiosidade. Quem quer trabalhar com transformação precisa amar aprender, experimentar, ter repertório para conversar com áreas muito diferentes. Então, você está falando numa reunião com pessoas de dados e, dali 15 minutos, você está conversando com pessoas de suprimentos e logo depois tecnologia, e aí você vai falar de cultura organizacional.

Eu acho que criar esse repertório, conhecer a companhia do início ao fim, entender os processos, entender o que movimenta as pessoas é super importante. Eu olho muito para essa característica do generalista criativo, que valoriza essa amplitude de conhecimento e gosta de fazer essa ponte entre temas, desenvolve versatilidade, atua com agilidade em cenários muito desafiadores. Para mim, eu acho que esse é o principal guia para quem quer trabalhar numa área que está em constante transformação.

Eu gosto muito de uma frase do Ken Robinson que diz que ambientes que suprimem curiosidade em nome de rigidez sufocam o potencial humano. E é por isso que eu acredito muito na área de Estratégia e Transformação como essa área que estimula perguntas, estimula a exploração, estimula interesse e trabalha junto, trabalha de forma colaborativa com as áreas de negócio. É a chave do sucesso de cada um dos projetos que a gente lidera aqui. E é assim que nascem as transformações mais significativas na vida, na carreira, nas empresas.

Então, minha dica prática aqui, se for resumir em uma dica, seria: desenvolva sua escuta ativa, aprenda a contar boas histórias através dos dados e invista em repertório – livro, evento, trocas com pessoas diferentes, aquele cafezinho no corredor. Quanto mais pontes você constrói, mais valor você vai gerar. E mais sentido você vai fazer dentro de uma área de Estratégia e Transformação. Eu acho que esse seria o resumo assim, pra mim.

Barbara Viana:
Maravilhoso, maravilhoso. Agora, se já tinha gente interessada, vai duplicar. Assim, pra qualquer área eu diria, né?

Raiza Welsch:
Gente, eu acho que, assim, isso que eu falei agora cabe em toda área. Pra mim, é o mínimo. Por isso que eu falo, você não precisa de um "capability" mega técnico. Você precisa ter, pra mim, o que... Todas as áreas devem ter, sabe? Que são essas pessoas que potencializam as perguntas certas, investem numa jornada de futuro, de construção, enfim.

Barbara Viana:
Curiosidade, né?

Raiza Welsch:
Exato.

Barbara Viana:
A gente tá falando, acho que, muito de "soft skills".

Raiza Welsch:
É 100% isso, Babi. E eu acho que isso que faz com que essa área consiga conectar gente de "background" tão diferentes assim, sabe?

Barbara Viana:
Ra, e aí, agora chegando no fim aqui do nosso episódio, que passou voando, a gente tem um quadro aqui que chama Sabor do Conhecimento. Que a gente sempre pede pros nossos convidados e convidadas compartilharem conteúdos ou experiências que podem agregar aí algum valor pra quem nos acompanha aqui no PEPcast.

E aí, eu sempre falo que vale de tudo, tá? Filme, série, um perfil nas redes sociais, um hábito que você tenha. Enfim, bem livre. E aí, eu queria saber se você tem algo pra indicar hoje aqui pra gente.

Raiza Welsch:
Nossa, Babi, eu acho que essa, na verdade, é a pergunta mais difícil. Eu gosto de fazer, assim, a cada quadrimestre, um top 3 coisas que eu vi, que eu vivi, enfim, que eu li, que eu assisti. E eu vou trazer o meu top 3 desse quadrimestre como indicação.

E eu acho que são três conteúdos que se conectam muito com o que a gente falou aqui hoje e que me inspiram quando a gente fala de inovação, de criatividade, como a gente pode transformar o mundo, começando pelo jeito que a gente pensa e pelo jeito que a gente se conecta com os outros.

O primeiro que eu vou citar aqui é um TED Talk que é super clássico do Ken Robinson, porque eu já citei ele antes. Então, eu sou uma grande fã, seguidora e apaixonada pela pesquisa do Ken Robinson, que chama “Do schools kill creativity?”. Esse TED Talk, ele fala sobre como sistemas educacionais muitas vezes suprimem a curiosidade e a originalidade e como a gente precisa resgatar isso para inovar de verdade. Então, esse conteúdo... Eu me conecto muito com ele de um jeito especial porque, desde muito cedo, eu percebi que o meu jeito de aprender, de pensar, de conectar ideias nem sempre cabia nessas caixinhas tradicionais do modelo educacional. E hoje eu vejo que tudo bem, hoje eu vejo isso como uma potência. E foi justamente por não seguir esse modelo óbvio que eu descobri caminhos únicos, conexões improváveis e construí essa trajetória, e tenho construído essa trajetória cheia de movimento, propósito, criatividade. Então, eu acho que essa seria uma grande indicação que eu dou sempre, porque eu sou assim, muito apaixonada pelo Ken Robinson.

O segundo, eu posso trazer aqui o livro "Originais", do Adam Grant. É também super conhecido. Ele fala muito que inovar não é só ter uma ideia incrível, uma ideia potente, mas é agir de forma diferente, com coragem, com método. Então, pra mim, esse livro é um convite muito real e sincero pra desafiar o “status quo” com estratégia, com método. E eu gosto muito desse livro. É um livro de cabeceira pra mim.

E aí, a terceira indicação é um conteúdo que me toca pessoalmente. E aí já vou pedir pra você sair daqui desse podcast e ir lá comprar esse livro agora. O livro chama "Lugar de Fala", da Djamila Ribeiro. E esse livro, eu gosto muito de citar, ele porque ele fala muito sobre inovar também é sobre ter voz, sobre ocupar espaço, sobre ampliar quem está participando das conversas. E a transformação real só acontece quando a gente reconhece que diferentes vivências também são fontes de criatividade e conhecimento.

Então, pra mim, esses três conteúdos eles sempre me lembram que grandes transformações nascem dessa combinação, dessa tríade de curiosidade, liberdade e propósito. Então, acho que essas seriam minhas indicações.

Barbara Viana:
Uau!

Raiza Welsch:
Gente, achei muito chique esse negócio de indicar. É tipo eu lia a revista Capricho quando eu era jovem e eu achava isso tipo “o máximo”. Adorei.

Barbara Viana:
Maravilhoso. Bom, e aí falando de indicações aqui também, né? Eu acho que durante a nossa conversa, Ra, eu fui pensando em algumas coisas, tá? Eu trouxe esse primeiro, um filme que é antigo e, entre parênteses, até me choquei quando eu fui ver a data, porque pra mim era recente, e não é. Que é um filme que eu acho que é simples, mas que é didático quando a gente pensa em inovação, que é "Rede Social". E eu acho que é um filme... Pra quem quer entender um pouco mais dessa mentalidade e tudo mais, eu acho que pode agregar. Quem nunca ouviu falar sobre inovação, pelo menos, né? Acho que é um começo ali, uma forma que também... é um filme que te prende, você quer saber mais. Eu acho que é bem legal, que conta aí uma história importante de uma pessoa que tem uma influência importante hoje nas nossas mídias, digamos assim.

Mas, eu fui lembrando também de outras coisas aqui, e eu queria trazer duas coisas, na realidade. Teve um PEPcast que eu gravei com a Carol Sevisiuk, inclusive. E, gente, o pessoal que tá aqui curtindo o PEPcast, a Carol Sevisiuk trabalha com a Ra..

Raiza Welsch:
Vou fazer uma correção. Eu trabalho com a Carol. Carol é a nossa líder mor da área de Estratégia e Transformação. Maravilhosa, inspiradora demais.

Barbara Viana:
Carol aí lidera a área de Estratégia e Transformação, e a gente falou também sobre inovação aberta, e também conectando com o impacto da tecnologia. Então, acho que é super legal. Pra quem não conferiu esse episódio ainda, vale a pena conferir. Tá muito legal.
E eu queria aproveitar pra indicar o perfil dela do LinkedIn. Sabe por quê? A Carol, ela é uma pessoa excelente. Extremamente conectada, né, Ra? E ela posta conteúdos semanais assim, semanais, mensais, quinzenais sobre inovação, sobre tecnologia, sobre justamente essa mentalidade externa. E eu acho isso incrível. Então, eu tô sempre lá acompanhando as coisas que ela posta porque pra mim também agrega muito valor, sabe? Eu acho que a Carol, ela traz de uma forma fácil, o que parece complexo, sabe? Eu acho isso incrível, uma habilidade muito legal que ela tem.

E aí até lembrei que nesse PEPcast que a gente fez, ela trouxe um artigo que ela fez do evento que ela participou lá em 2023, e é um artigo incrível que fala muito sobre isso, sobre inovação, mas além de tudo, trazendo a humanização. Então, fala até, apesar de tudo, somos humanos. Eu acho que é bem legal a gente também refletir sobre isso.

Bom, e com isso, a gente chega no fim, Ra, aqui do nosso episódio. Eu adorei saber mais sobre inovação aberta. Fico cada vez mais empolgada com esse tema. Espero que o pessoal que está aqui curtindo o PEPcast também, porque realmente é um tema que tá super em alta, é um tema muito legal de discutir.

E aí, eu te agradeço demais, Ra, por você ter topado bater esse papo aqui hoje, pela sua presença, por essas informações que você trouxe aqui, que são tão importantes e valiosas aqui, pra todo mundo. E eu espero que você volte aqui mais vezes, com mais novidades também, pra contar mais atualizações do PepsiCo Labs. Quem sabe é um projeto nosso, né? A gente vem compartilhar aqui também, por que não? Fiquei muito feliz de ter você aqui hoje. Muito obrigada.

Raiza Welsch:
Ai, Babi, maravilhosa. Eu que tenho que agradecer. Para mim, essas trocas são sempre muito valiosas. Falar sobre inovação é falar sobre criar ponte entre áreas, entre pessoas, entre empresas, entre ideias. E eu espero que esse papo inspire mais gente a enxergar a curiosidade como uma potência, a transformação como algo que começa de dentro pra fora. Então, muito obrigada pelo convite, fiquei super feliz de bater um papo aqui com vocês hoje.

Barbara Viana:
E para você que quer se conectar com o nosso “hub” de Inovação, acesse www.pepsicolabsbrasil.com.br. E eu te convido também a seguir os nossos perfis nas redes sociais, é @pepsico no LinkedIn e @pepsicobrasil nas outras redes. E para saber sobre as oportunidades aqui na companhia, segue o @pepsicojobs. Não deixem de conferir também as nossas vagas operacionais no InfoJobs, através do www.infojobs.com.br e pesquisar por PepsiCo.

É isso, a gente se encontra no próximo episódio. Tchau, tchau!

Criadores e convidados

Barbara Viana Vio
Apresentador
Barbara Viana Vio
Employer Branding & Culture Lead - PepsiCo
Raiza Welsch Ferraz
Convidado
Raiza Welsch Ferraz
Gerente de estratégia e transformação na PepsiCo
Inovação Aberta e PepsiCo Labs
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